terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um objecto, apenas.

O Bozinho foi a abater.
Foi dignamente pelo seu próprio pé, ainda bem calçado, para cima do reboque, deixando no estacionamento onde esteve vários dias parado, uns pingos de óleo resultantes da velhice.
Fiquei a olhar para o Uno com certa pena e nostalgia, pois durante quinze anos apesar de apenas percorrer 100.000 Kms, muitos episódios se passaram na sua companhia. Ocasionalmente as fotos hão-de nos trazer muitas recordações, mas fica na memória como ele foi conduzido pelos menos inexperientes da família, com o qual ganharam prática. Ou como se portou em camioneta de carga, para transportar a Montargil mobílias e electrodomésticos por nós usados e continuarmos a usar.
Agora foi para o Barreiro onde os plásticos, óleos e gasolina são retirados. Daí, como sai mais caro ser derretido nos altos fornos da nossa siderurgia, segue amachucado junto com outros para Espanha.
Sempre Espanha. Andámos há séculos atrás, a pedir ajuda aos ingleses para expulsar os espanhóis e eis que além da pata inglesa em cima de nós (contra os bretões marchar, marchar), levámos também com a dos americanos que fazem da ilha Terceira, e não só, o que querem e o que lhes apetece, acabando ironicamente o ciclo por se fechar com a superioridade dos vizinhos que não podemos deixar de ter.

Sem comentários: