sábado, 24 de dezembro de 2011

Folclore só para os amigos?

Desde terça-feira (20) que procurei saber como obter bilhetes para assistir ao festival de folclore moldavo numa sala com cerca de 230 lugares. Responderam-me do número 212724920 que por ser um espetáculo gratuito só disponibilizariam os ingressos na própria noite do evento, quinta-feira (22) a partir das 20 horas e assim em boa fé procedi. Antes das vinte já lá estava à porta que estranhei estar fechada e nem sequer haver qualquer anúncio de referência ao espetáculo, como se no prazo de uma hora não se viesse ali a passar nada. Com dez minutos de atraso lá abriram o acesso e para espanto meu, sem estar perante ou que se vislumbrasse alguma fila de possíveis espetadores, respondem-me que já estava esgotado.
Se no boletim de propaganda municipal que nos enfiam na caixa do correio andavam a anunciar a soiré gratuita, porquê então a agendarem para uma sala tão pequena, visto que queriam dar primazia aos amigos deles? Quem pagou isto, a embaixada da Moldávia ou os papalvos dos municipes através dos impostos?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Arregaçar as mangas logo de início

Numa destas mais recentes transmissões televisivas de jogos internacionais, ver Paulo Bento isolado no meio de várias cadeiras numa bancada, dá-nos para pensar se no futuro próximo da nova direção da F.P.F. está prevista a sua substituição. Normalmente nos clubes quando um treinador entra em rota de colisão com os jogadores, ele é que sai e os jogadores ficam. Apesar de ter que dar a minha mão à palmatória acerca do que escrevi em Set/10 ao manifestar a minha pouca fé no ex-treinador do Sporting, que afinal soube reunir bem os cacos deixados por Carlos Queiroz, parece-me má a falta de tolerância com Ricardo Carvalho e Bosingwa, porque basta pensar o que faria ele se os nomes em causa fossem Cristiano Ronaldo ou Rui Patrício.

Agora caídos no grupo da morte em que todos seremos poucos, talvez não seja desvantajoso de todo estar com “monstros sagrados”, pois não vai haver qualquer margem para o costumeiro desleixo inicial, que é a tal mania de facilitar e depois para o fim fazermos das tripas coração. Aliás, sou levado a pensar que se por acaso tivesse sido Paulo Bento a pegar de inicio na seleção se não seria o Carlos Queiroz depois a aparecer como salvador da Pátria?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Imposto Especial para Todos

Há uns quarenta anos havia descontos para a Caixa de Previdência, Fundo de Desemprego, Imposto Profissional e para nosso espanto no final do ano, quando parecia terem-nos sacado já o suficiente em impostos, aparecia o chamado Imposto Complementar. Dizia-se à boca fechada que era para fazer face ao esforço de guerra no Ultramar, assim o mesmo se disse quando mais tarde apareceu o Imposto de Circulação para quem tinha automóvel. Passados anos o Fundo de Desemprego foi incluído na Caixa de Previdência e passou-se a chamar Segurança Social e o Imposto Complementar foi incluído no Imposto Profissional e tomou o nome de IRS. Pela falta de especificação do FD por estar incluído na Segurança Social presentemente quando pagam o Subsídio de Desemprego parece que estão a fazer um grande favor, como se o trabalhador já não tivesse andado a descontar para isso no tempo em que trabalhou. São estas ideias peregrinas que também querem fazer com os 13.º e 14º mês, ou seja fazer a inclusão pelos outros meses e depois como uns bons chicos espertos que são, acabarem por os diluir em impostos.

Para prejudicarem os mais desfavorecidos são exímios em copiar soluções de outros países, como o caso da redução de salários e pensões como se cá o que o comum dos mortais ganha, tem alguma comparação com o que em outros países se ganha e não é preciso ir muito longe, basta passar a fronteira. É como o aumento do preço dos seguros, também a bitola de comparação é a europeia como se auferíssemos dos salários que eles recebem e já para não falar dos preços da gasolina, eletricidade e gás ou outros bens de primeira necessidade, que para os nossos vizinhos é sempre mais barato.

Na verdade é prático e rápido, o Estado não paga, aliás na falta dessa seriedade já ele tem prática, o dinheiro dos subsídios não é entregue e diz-se alarvemente que é sacrifício de todos. Veja-se então o sacrifício do patronato que fica com os empregados a terem de trabalhar mais meia hora por dia, menos dias de férias e menos feriados. E depois falam de produtividade. Mas com que motividade ou paixão (como o patrão gosta muito de chamar), o trabalhador tem no seu local de trabalho? Que prémios de objetivos ou promoções passam a ter? Só se forem para os lambe botas do costume. Para os esforçados há-de ser corte de salário pela certa ou despedimento, pois para esse lugar mijeruca há muitos por aí e até licenciados se for preciso.

É triste como as cabeças pensantes que nos governam, não têm o discernimento para perceber que o comum dos funcionários a quem o Estado paga, também tem que ter as suas almofadas para poder pagar despesas anuais como seguros da casa e carro, revisão e inspeção, para além de outras como por exemplo o IMI, o qual por acaso também querem aumentar. Se para debelar a crise é preciso que todos, mas mesmo todos, façam um esforço adicional, porquê tantos economistas a mandarem bacoradas e não seguem a sugestão de Rui Rio e implantam para estes próximos anos o I.E.T – Imposto Especial Para Todos, variando conforme os escalões de rendimento de cada um? Mas é aqui que a porca torce o rabo, pois aqueles que têm fartos rendimentos não estão para isso e este Governo foi lá posto precisamente para os servir através daquela minoria de 13% do eleitorado do CDS_PP, com o descaramento ainda por cima de afirmarem que foi a maioria do povo que escolheu este programa político.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mad Man um lugar na galeria das melhores

Ao longo dos anos, temos atualizado mentalmente uma galeria com as séries chamadas de culto, outros porém talvez tenham conseguido investir numa videoteca e conseguem a qualquer momento refrescar a memória a seu belo prazer. Suponho que a classificação de culto tenha a ver com a predisposição que temos que ter, para seguirmos todos os episódios porque senão perdemos o fio à meada do enredo.
Lembro-me de várias ao acaso e meto em parêntesis os principais atores, acabando alguns por se tornarem famosos no mundo do cinema: Homem Rico Homem Pobre (Peter Strauss, Nick Nolte); Pássaros Feridos (Richard Chamberlein, Rachel Ward, Jean Simmons); Norte Sul (Patrick Swayze); Família Belamy (Gordon Jackson, Jean Marsh, Angela Baddelay); Holocausto (Meryl Streep, James Woods); Bangkok Hilton (Nicole Kidman). Também cá no nosso canto Alves dos Reis, Um Seu Criado (Rui Luís Brás, Sofia Duarte Silva) e mais recentemente o Conta-me Como Foi (Miguel Guilherme, Rita Blanco). Por sua vez Dexter (Michael C. Hall, Jennifer Carpenter) devido a uma bolinha no ecrã que alertava para a violência, afastou muitas pessoas do seu seguimento, mas era um mal necessário para quem nos ia dar o prazer de fazer de nosso justiceiro solitário. Podíamos incluir o Espaço 1999 (Martin Landau, Barbara Bain), e o Colombo (Peter Falk), mas estas a qualquer momento conseguíamos desfrutar de um episódio sem andarmos às apalpadelas quanto ao seu seguimento. O Fugitivo (David Janssen, Barry Morse) e o Dallas (Larry Hagman, Patrick Duffy, Victoria Principal, Linda Gray) foram aquelas que nos agarraram, mas infelizmente tiveram o poder de nos enjoar e daí futuramente os produtores para além de evitar que isso acontecesse, têm maior facilidade nos contratos optando pela divisão em temporadas deixando sempre no fim de cada, uma ou mais situações não totalmente resolvidas ou com várias hipóteses de conclusão, de forma a cativar o espetador para a próxima.
É assim o que se passa com o Mentalista (Simon Baker, Robin Tunney) e principalmente com o Mad Man (Jon Hamm, Elisabeth Moss) que me fascinou ao dissecar um tema da época com adereços ajustados ao tempo retratado e pela excelente interpretação de todas as personagens, com realce para Don Draper que seria um gato vadio se fosse um animal irracional e Peggy Olson uma lutadora no então mundo laboral dos homens.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

RTP o elo mais fraco, ADEUS

Se repararmos bem na oferta de programas de todos os canais, inclusive cabo, eles não diferem muito da fórmula economicista de completar as suas grelhas. Esta demasiada proliferação de canais é a prova evidente que como na maior parte das coisas, a quantidade não significa qualidade e seríamos muito melhor servidos se fossem poucos mas bons. Que bem sabia no início da TVCabo seguir aqueles programas de entretenimento com muita música da RAI e TVE, cuja familiaridade da língua os tornavam acessíveis. Presentemente a matéria prima da programação ou é a prata da casa ou é o cidadão anónimo, crianças incluídas, que se for preciso até pagam para aparecer no pequeno ecrã, resultando daí na maior parte das vezes, um embrutecimento do cérebro de quem os vê.
Agora chegar ao ponto de pegar nos mortos para fazer uma “gala de amigos”, foi demais. Digamos que em vez da “Casa dos Segredos”  tivemos o “Desvendar de Jazigos”. Não sei até que ponto foram, mas chegado ao terceiro defunto desisti, apesar do esforço da Sónia e do Malato andarem a tentar meter piadas pelo meio daquela morbidez. Mas a RTP está assim, com uma comissão liquidatária que não sabe o que anda a fazer, substituindo um concurso que tinha uma média diária de prémios no valor de 500,00€ por outro que passa a ter um maior gasto no prémio e ocupa menos tempo do serão, para já não falar da hora imprópria do começo do 5 para a meia-noite. Então não há filmes com “bolinha” no canal principal que às 23 horas já estão no ar?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Capitalismo no seu pior

No final do século passado  muito se falou do fim do modelo comunista, da repressão e miséria por ele causada, sendo a prova disso os milhares de imigrantes com as mais variadas profissões que recebemos à procura de melhores condições de vida. Era então o Ocidente um “Eldourado” a alcançar, onde haveria Euros para todos. O problema é que tudo isto não passava de uma especulação, em particular da imobiliária, tal como castelos de areia que as falcatruas e consequente falência(?) do Lehman Brothers nos EUA desfez. A partir daqui começou o efeito dominó a atingir as economias mais frágeis com pior destaque principalmente para aquelas onde graça a corrupção, a incompetência na justiça e onde a fraude triunfa, que são precisamente o que a Grécia e Portugal têm de comum. Crise é uma palavra que nunca nos largou, basta confirmar pelas piadas nos programas humorísticos da RTP Memória, só que agora parece que a único remédio é arrasar com a classe média nivelando-a com os pobres e assim todos viverem da caridade dos ricos. O Comunismo e o Capitalismo sempre tiveram uma coisa em comum: os privilegiados, aqueles pelo os quais a crise sempre passa ao lado e normalmente dela saem mais fortalecidos, pois invariavelmente acaba de servir de protesto para acabarem com as poucas regalias dos trabalhadores. E se por um qualquer motivo esta crise lhes chega, então desencadeiam a guerra acabando a mesma massa explorada por lhes servir de bala para canhão e assim ficarem intocáveis.

domingo, 31 de julho de 2011

Memorando de entendimento com a Troika, desculpa de exploradores

Quando se abrem as revistas cor de rosa encontram-se as fotos de muita boa e má gente, que aparece com ares de grande satisfação, dando para perceber que os grandes empresários e outros malabaristas da Bolsa, tiveram para já à pala da Troika um aumento de 17,8% das suas grandes fortunas e que a crise é para os desfavorecidos do costume.
O mesmo se passa nos principais clubes de futebol principalmente com os três grandes. É chocante os milhões que aparecem para a aquisição de jogadores, como se esse mundo fosse paralelo àquele onde o comum dos portugueses vive. Com certeza que também será para este esbanjamento de euros, os tais que aflitivamente vêm em tranches do estrangeiro, para os Bancos poderem dar garantias ou fazerem empréstimos. Não estou a ver que assim debaixo do nosso nariz e com tanta propaganda nos jornais desportivos, haja branqueamento de capitais para pagar a esses jogadores que parecem chegar de todos os cantos do mundo.
É um meio obscuro onde entre outras ilegalidades, grassa a impunidade das claques que despojam o erário público na grande despesa que é a mobilização das forças da ordem para a minimização dos estragos feitos por aqueles, que por acaso a maioria até foge ao pagamento de impostos, serem ilibados e voltarem à mesma num ciclo vicioso. Com os hooligans em Inglaterra, para controlar e afastar os desordeiros teve de acontecer uma desgraça no estádio de Heysel na Bélgica com dezenas de mortos, aqui neste rectangulo à beira mar plantado com cinquenta anos de atraso, parece que tem de acontecer um desastre das mesmas proporções, pois parece não ter chegado a morte de um adepto com o arremesso de very light pela claque adversária, no que se suponha ser uma festa da final da Taça de Portugal.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sá Carneiro, o sonho realizado

Como na maioria dos países europeus a direita (nalguns até a extrema direita) ganhou o poder e para breve com a Espanha também se irá passar o mesmo. Entre abstenções, votos nulos e inválidos a grande vitória foi para quem se está marimbando para isto tudo e foram quase a metade dos eleitores. Em abono da verdade para quê utilizar a arma do povo (é assim que em tempos ouvi chamar) na escolha do destino do país, perdendo tempo numa deslocação quando eles entregam o poder a quem bem entendem e até mesmo a só quem teve apenas 11,70% dos votos. Poderia ser que depois de tanto discurso inflamado contra a falta de segurança, a má gestão do setor da agricultura e pescas, Paulo Portas fosse para ministro de alguma destas pastas e mostrasse o que valia. Mas não, tal como um bom submarino infiltrou-se no MNE que é o sitio ideal para quem não tem compromissos familiares e gosta de viajar. O compadrio é mesmo isto e então a tal retribuição do favor a Fernando Nobre foi algo por demais, insistindo o homem numa segunda volta de votação na Assembleia que ainda teve menos votos que na primeira e vá lá que teve o bom senso de desistir e não ir a uma terceira. Se era este o cérebro na orientação da AMI, que se poderá dizer ou esperar.
Enfim, cumpriu-se o sonho de Sá Carneiro uma maioria e um Presidente de direita, ficando o ramalhete composto com a curiosidade de nunca como agora termos estado tão perto dos tempos de Marcelo Caetano do Estado Novo. Mais uma vez a AD vai estar no poder, com a diferença que esta tem que lidar com as redes sociais e outros canais televisivos e radiofónicos sendo a mordaça à Comunicação Social mais difícil de aplicar. Já começaram e estavam tão impacientes que não deixou de ser curioso como o José Eduardo Moniz caiu de pára-quedas na RTP1, a tal que todos pagamos e ainda nem sequer a procissão está no adro.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ou há moralidade ou comem todos

Quando passam pela televisão as imagens dos protestos contra o pagamento das denominadas Scuts, penso sempre que estes deviam ter sido os mesmos que aplaudiram, aquando da decisão para que a passagem pela Crel passasse de novo a ser paga e devem achar que aqueles que pagam e não bufam há décadas na A2 para Setúbal, devem ser uns grandes tansos ou então podres de rico. Queixam-se da falta de alternativas, fazem contas ao tempo que gastam a mais se optarem pelas estradas secundárias ficando a pergunta: e a Estrada Nacional 10 cheia de rotundas e semáforos é alternativa a alguém?
É suposto perceber que é de elementar justiça não andarem uns a pagar para os outros e cada qual pagar o que utiliza, porque presentemente com o contínuo aumento do fluxo de trânsito alternativas rápidas em estradas secundárias, dificilmente algum automobilista encontra.

sábado, 30 de abril de 2011

Chicos espertos

Há alturas em que sabe bem ver a atuação das forças de segurança. Dá-nos a sensação de que a percentagem de imposto que descontamos para o efeito é bem aplicada. Ao presenciar o trabalho de um só Agente (repare-se, um só Agente) ao cimo da A2 após o 2.º viaduto do Feijó no sentido de Lisboa, que tinha a função de “caçar” os espertalhões que não respeitavam a fila e estavam abusivamente a seguir pela berma. O comportamento dele era de uma eficácia digna de registo pelo simples apontar de matricula, sem mandar parar e exigir de imediato que a viatura seguisse caminho na faixa normal, não havendo direito a qualquer conversa com o transgressor. O senhor que se segue...!
À velocidade que agora os dados são processados de certeza que na semana seguinte lhes apareceu a coima para pagar, sendo só de lamentar que muitos desses já prevaricam por terem as costas largas e exercerem impunemente a sua corrupção.

terça-feira, 29 de março de 2011

Uma nova relação institucional

Sempre se percebeu pela oposição que a Esquerda ia fazendo, que este segundo mandato de Sócrates nunca chegaria ao fim. Foi uma Esquerda que desprezou a vontade do eleitorado, que se exprimiu nas últimas eleições legislativas pelo mesmo primeiro ministro, só que sem uma maioria absoluta de forma a lhe baixar a crista da arrogância. E será esta mesma ala comunista/maoista a mais penalizada, principalmente o PCP de quem se esperava uma maior responsabilidade e ponderação. O comportamento da direita foi seguir o seu instinto natural de caça ao poder sem olhar a meios, esperando apenas o aval do Presidente da República para a reeleição do qual tanto se esforçaram. Uma frase Passos Coelho repetia até à exaustão: “O Governo só tem que fazer a sua obrigação, que é governar”, sabendo ele perfeitamente que quem nos governa são os poderosos da Europa, os tais que agora pedem contas daquela injeção de dinheiro nos dois governos de Cavaco (PSD/CDS) e no de Guterres (PS). O que fazemos ou não fazemos em forma de PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento) é precisamente a aplicação dessas diretrizes que todos boicotaram, mas que agora se dão a ares de grande responsabilidade a afirmarem que essas medidas ou piores ainda têm que ser implementadas, só que com o “tacho” em outras mãos. Já tivemos uma AD de Cavaco com os nefastos resultados que estão na memória de muitos e eram esses os tempos de vacas gordas seguindo-se outro mandato do PS de Guterres que também desbaratou as ajudas disponibilizadas para investimento (a CREL por exemplo, passou a ser à borla), acabando por Durão Barroso (PSD) com a ministra das finanças Manuela Ferreira Leite trazer a austeridade (IVA a 21%) e daqui para cá a palavra deficite nunca mais nos largou, agora a juntar uma crise mundial que tudo agravou. Veja-se as recentes manifestações na Inglaterra que sempre tem sido fiel à sua libra.

Tudo leva a crer que a partir de Junho pela primeira vez vamo-nos deparar com o inicio de um ciclo em que o Governo e o Presidente são de Direita, que é o resultado da falta de lucidez de um Jerónimo de Sousa que nunca chegará aos calcanhares de Cunhal que numa eleição à presidência, disse aos comunistas para taparem a foto de Soares e meterem lá a cruz evitando desta forma a dispersão de votos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Estagnação, recessão, ...ão, ...ão

Passado um mês da eleição presidencial, é caso para dizer que a nossa democracia já atingiu um excelente nível de maturidade, equivalente aos outros países com forte solidez democrata. A euforia da vitória da direita também foi sempre controlada, talvez porque a reeleição de Cavaco estava mais que assegurada acabando por não se pedir a cabeça de ninguém, salvo Paulo Portas que no fundo não podia deixar de assumir o seu papel de líder da extrema. Daí para cá, atendendo aos discursos de bota abaixo que tem feito, até se estranha não apoiar a moção de censura ao Governo, que o Bloco de Esquerda no mês que vem vai levar ao Parlamento. Mas enfim, o bom senso tem-se imposto e parece não haver ninguém disposto a repetir a aldrabice de José Sócrates numa campanha eleitoral, ao afirmar que criava milhares de postos de trabalho.
Os mais esclarecidos e conciliadores percebem que é no desemprego que reside o grande mal desta sociedade contribuindo para o aumento da criminalidade a qual no nosso cantinho ainda é agravada pela inoperância da Justiça e no “fartar vilanagem” da corrupção. Por isso, postos de trabalho como arranjá-los, quando pelo contrário se andam sempre a inventar formas de os acabar com o argumento de redução de custos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Eleições para que vos quero

Tal como há cinco anos, Cavaco Silva irá ganhar de forma esmagadora estas eleições para a Presidência da República. Apesar da promiscuidade revelada pela revista Visão sobre o autêntico feudo que é a quinta da Coelha, onde a maior parte dos vizinhos de Cavaco foram seus colaboradores com realce para Oliveira e Costa, a única dificuldade é a abstenção mas os eleitores de Direita não costumam facilitar, contrariamente ao que fizeram os de Esquerda num primeiro referendo à despenalização do aborto, que fiando-se nas sondagens a seu favor preguiçaram, não foram às urnas e perderam. É esta mesma facção politica que torna a facilitar o caminho à recandidatura do actual presidente, ao se apresentar às eleições com vários candidatos não se percebendo bem qual o papel do socialista Defensor Moura, que não se livra de passar por um submarino ou a favor da Direita ou pró Esquerda, se por esta apresentar a desistência a favor de Manuel Alegre. Caso assim proceda justifica-se a atitude que teve ao andar a mandar atoardas ao candidato Cavaco Silva e fazer esta pirueta, que também pelo menos numa das eleições o Partido Comunista já fez com o seu candidato da altura a desistir no final da campanha.
Prevê-se uma daquelas noites de euforia que me fazem sempre lembrar as imagens do filme Chove em Santiago passado no saudoso cinema Nimas (cinema pequeno com sessões sucessivas sempre esgotadas) em que apresenta o regozijo dos apoiantes de Augusto Pinochet na queda de Salvador Allende no Chile depois de tanto se gritar o povo unido jamais será vencido.
Todos vão pedir a cabeça de Sócrates como se de umas legislativas se tivesse tratado, ficando a expectativa se este não aproveitará o pretexto para se pôr a andar como fez António Guterres. Chega a uma altura que já não há pachorra para aturar tanta adversidade, ainda por cima na situação de crise mundial que se atravessa em que o desemprego é o maior flagelo. Se assim decidir é como tirar o tapete ao reeleito, que também numa altura destas de necessária coesão perante os mercados internacionais, não é grande fã de eleições antecipadas além de uma fraca empatia por Passos Coelho.