quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Putin, o cínico frio que a ditadura russa gerou


Em fevereiro ficámos perplexos a assistir à invasão da Ucrânia pelas tropas russas a mando do carniceiro Putin, melhor reencarnação de Hitler não podia haver, só que não foi à Polónia. No fundo foi o seguimento lógico da movimentação de milhares de tropas e material bélico na fronteira russa e na do seu satélite Bielorrússia. Foram semanas e semanas de frustração e revolta a ver imagens da destruição e assassínio de um povo que desesperadamente se meteu em fuga da melhor maneira que pode, pois os alvos escolhidos não foram apenas da esfera militar, a maioria foram civis e até hospitais e escolas não escaparam, ficando homens  e mulheres militares para defenderem e contra atacarem à maneira de David contra Golias. A reação ocidental com as sanções económicas já estava atrasada oito anos desde a invasão da Crimeia pelos russos, assim como o abate do avião comercial da Malásia cheio de passageiros, a maioria turistas holandeses. Os interesses económicos (aumentos do PIB, as imposições das famigeradas agências de rating) tudo fizeram para não deixar de pagar à rica Rússia, esquecendo que esse dinheiro não fazia mais que alimentar a máquina de guerra.

Mas eis que por acaso na biblioteca deitei mão a um livro que por estar muito manuseado o escolhi, o que faço quando vou à biblioteca sem qualquer referência, assim sei que levo algo do agrado de muitos leitores. Então não é que o livro em questão "Comboio para Budapeste" de Dacia Maraini, refere no ano de 1956 a invasão russa com os seus tanques à Hungria, quando esta pretende ser uma nação democrática e deixar o comunismo, como mais tarde conseguiu a Polónia. No livro é contada o desespero dos revoltosos quando a USA se limitou a apoio moral e na Itália o forte partido comunista a negar-lhes apoio, (o que faz lembrar aqui o nosso na situação atual, imagine-se a montanha de anos já passados e os retrógradas que ainda são) acabando por milhares de defensores serem mortos, mas sem antes venderem cara a derrota atirando os cocktails molotov para debaixo dos tanques conforme podiam. Após a leitura desse romance, procurei outro já de propósito sobre o tema guerra "A Companhia" de Robert Littell. Este é um calhamaço daqueles tipo bíblia com letra minúscula e tudo que mostra é os dois lados da espionagem/contra espionagem tanto na CIA como no KGB. Também aqui é fielmente reproduzida o desalento húngaro e de outras tantas revoluções pela democracia, em que a USA lhes retirou o tapete. Muitas famílias húngaras ainda devem estar destroçadas pelo que se passou, daí que ultimamente o resultado das eleições foi favorável ao mesmo governante que de democrata pouco tem e é nitidamente pró Putin. Percebe-se porque é que não quiseram arriscar, por uma mais ampla liberdade numa espécie de geringonça contra o poder instalado.

E é nestas leituras que interiorizo que pouca resposta se pode esperar do lado ocidental e assistir às macabras notícias apenas acaba por ser um exercício de puro masoquismo. A Rússia de Putin continuará a fazer o que bem lhe apetece ameaçando a seu belo prazer, pois o polícia Estados Unidos principal defensor da democracia, está demasiadamente comprometido com sucessivas intervenções militares desastrosas no planeta, a começar pelo o que aconteceu no Iraque. Para já enquanto este ditador com cara de bebé mafioso continuar no poder a Europa nunca mais terá sossego e progresso. Fica-se numa enorme dúvida: que gerações serão precisas para as feridas ficarem saradas? 

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Montargil com Centro Cultural à medida

Já são passados quatro anos que o Centro Cultural foi inaugurado no mesmo local onde estava  a Casa do Povo. Faz todo o sentido esta localização, ao contrário do Centro de Saúde que alguns anos antes foi construído ao lado deste bonito polo de cultura, no sítio onde estava um jardim com parque infantil e bela vista para a barragem que deixaram degradar completamente. Imagine-se tudo junto: jardim como deve ser, Centro Cultural e parque de estacionamento. O Centro de Saúde teria sido ocupado no espaço do antigo Hospital devidamente remodelado. É verdade, Montargil já teve hospital, que também tem espaço de estacionamento. Quais os interesses para este local nobre que tal como o jardim acima referido está a ficar totalmente degradado?

Voltando ao espaço cultural, que é rico em espetáculos e exposições tem os seus senãos. Um deles já não há nada a fazer, que foi a "varanda" da traseira onde parecia haver uma ideia de alguma esplanada com vista para a barragem, não ter ficado mais pequena, para que interiormente o palco tivesse ganho pelo menos mais um metro. A Chotice Batida uma dança bastante rápida do rancho folclore de Montargil, quando apresentada dá por vezes a sensação que estão prestes a cair no vácuo, tal a proximidade com os vidros. Outro, é só estar vocacionado para os tempos livres dos mais novos, faltando uma área de lazer para que os idosos, tal como numa biblioteca sem muirto barulho, possam ler, entreterem-se com pequenos trabalhos ou explorarem a internet. Se calhar também pouco se interessam e preferem cavaquear ao ar livre, pois sempre há hábitos enraizados que não levam à procura de mais conhecimento.