sexta-feira, 23 de maio de 2014

Facebook, para o bem e para o mal

Tal como o anjinho e o diabinho que temos em cima de cada ombro, assim é o Facebook. Um dos lados positivo, é ver a evolução daqueles que passados tantos anos num contato praticamente diário connosco, nos fazem agora passar pela mente filmes curiosos sobre a importância que dávamos às situações de então. Por outro lado e de forma negativa, é a maior parte dos utilizadores lá escrever como se tivesse a pegar num megafone ou num microfone ligado a um amplificador e a dirigir-se a uma sala ou até mesmo um pavilhão cheio de amigos. Raramente isso nos acontece, salvo algumas ocasiões especiais tais como casamentos, batizados ou almoços de confraternização e nessas situações ninguém se lembra de estar a dizer pela boca fora opiniões politicas, religiosas ou futebolísticas. Se por acaso isso acontece, nós estamos normalmente em salas de convívio, cafés ou mesmo no local de trabalho cara à cara com as pessoas e ou acham piada e respondem a bem, ou não acham e se arreliam respondendo mal e neste momento surgem os grupos cada um com a sua opinião apoiando aqueles com quem mais concordam e até por vezes aparecem outros que se juntam a ajudar a encontrar convergências de ideias. Não é à toa que o Facebook tem a ferramenta dos grupos, para que desta forma se possam expressar os pontos de vista que têm em comum sem estarem a ofender por vezes involuntariamente outros que também são amigos. Uma grande percentagem dos jovens apresenta um grande desinteresse por este meio de comunicação por se acharem controlados naquilo que dizem ou fazem, esquecendo-se que têm para seu uso processos para canalizar o seu modo de pensar e estar, para quem bem entenderem.
Cá por mim prefiro escrever no Blog, porque descrevo através de um prisma um olhar pela vida e que passados uns anos acharei graça em reler e talvez, quem sabe,  possa reparar que olhei pela face errada. Além disso, só procura os textos quem se sinta de alguma forma identificado com o que leem, mesmo que não seja totalmente.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Descobrimentos, um fartar da vilanagem

Ao ouvir no programa Viva a Música da Antena1 o ex-colega Fernando Pereira, acompanhado de dois músicos da Real Companhia, a cantar um poema de José Mário Branco a Ronda do Soldadinho, deixou-me a pensar porque em pleno século XXI ainda se mantém a mentira sobre a epopeia dos descobrimentos e que há poucas semanas foi evocada numa fantochada do governo numa qualquer inauguração de uma mais valia turística. Aliás, uma mentira encoberta pela maior parte dos países ocidentais que também foram colonizadores. Curioso este poema, que no antigo regime fascista em plena guerra colonial, só podia ser cantado à porta fechada num circulo restrito de amigos. Pois é, assim rezam algumas estrofes: “...Os senhores da guerra Não matam Mandam matar Os senhores da guerra Não morrem Mandam morrer; A guerra é p'ra quem Nunca aprendeu A semear É p'ra quem só quer Mandar matar Para roubar”. É isso mesmo, sob a capa da evangelização roubar e escravizar é o que os poderosos mandaram fazer e ainda mandam, dando que pensar que este país foi o mais relutante em largar as colónias e agora é aquele que mais explora o povo com impostos, onde os ricos estão mais ricos e os pobres são cada vez mais. Outras civilizações que em outras partes do globo viviam em paz foram exterminadas, roubadas e até apanharam como herança (principalmente as mulheres) as doenças do mundo dito civilizado.
Imaginemos só: se por acaso a lua fosse habitada por povos que vivessem em paz e fosse rica em metais preciosos dos quais geneticamente deles necessitassem para sobreviver, de certeza que mesmo com o habitat desfavorável ao homem, este em nome sabe-se lá de que causa, haveria de tudo fazer para lá deixar a destruição e ruína com o fim de sacar esses tesouros para ainda ficarem mais donos do mundo.