segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A crise mascarada

Não, não era a RTP Memória. O que eu estava mesmo a ver, era o Paulo Rangel a discursar como se fosse o salvador da pátria iniciando um discurso por portuguesas e portugueses. A falta de percepção na escolha do tempo ideal para tal anúncio o qual acontece em conturbada discussão do Orçamento de Estado é uma posição irresponsável de um pretenso futuro estadista, o tal que foi fazer para Bruxelas queixinhas de falta de liberdade em Portugal como se isto aqui fosse a Venezuela ou Angola. Parecia ele que se estava a candidatar a presidente de qualquer clube de futebol, prestes a descer de divisão.
O PSD parece ter em Passos Coelho o homem certo com perfil de estadista e conhecedor da necessidade conciliadora que Portugal precisa, mas enquanto Jardim não abandonar a vida política será impossível um candidato de categoria liderar o PSD. É muito difícil este país se endireitar com tal Conselheiro de Estado, mesmo que Dias Loureiro tenha saído à força depois de todas suspeições de falcatruas no BPN, ainda por lá anda um tal de António Capucho que está na Câmara de Cascais para desagrado de muitos e vem irresponsavelmente proclamar que o Governo se deve demitir, tal como fez Guterres a quem todos os nomes se chamou, só faltou cobarde. Se assim fosse que se iria passar? Onde está outro perfil na Oposição para tomar conta desta nau que navega num mar mundial de tormenta.
O Sócrates coitado, foi acreditar no que Manuela Ferreira Leite dizia sobre a Madeira, que é um exemplo de democracia sem deficit democrático e então pôs-se a imitar o que Alberto João faz e desatou com ideias de pôr mordaça em tudo que é contrário aos seus ideais, veja-se o resultado. Vá lá que da Manuela Moura Guedes tratou o Marinho Pinto, chamando-lhe tudo e mais alguma coisa que até dava pena de ver. Quanto ao marido todos percebemos que é um excelente profissional, a quem só falta aprender como mandar em casa senão nunca se passaria o que veio a acontecer: a caça ao homem. Do Mário Crespo como não anda pelos canais generalistas, não conheço a isenção dos seus pontos de vista, mas se pelo contrário são sectários não perco nada.
O humorista, ou o publicitário Ricardo Araújo, de certeza que se esqueceu dos tempos da AD no poder, porque nessa altura programas como Esmiuçar os Sufrágios não tinham qualquer hipótese. Está-se mesmo a ver o Cavaco Silva metido naquelas brincadeiras, aliás o Ramalho Eanes deu-lhe um cheirinho do que seria.
Aos portugueses resta esperar que este Carnaval não continue por muito mais tempo, onde uma protagonista de estola em pele, tal artista de cinema faz atropelos à Justiça arrasando as tiragens dos outros jornais concorrentes, inclusive o Correio da Manhã. Será curioso saber quem neste jogo sujo anda a encher os bolsos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Entregues aos bichos

No nosso cantinho à beira mar plantado, a crise económica combate-se criando uma crise política. Nem na Itália com todos os escândalos à volta de Berlusconi, esta diversão acontece e nos meios financeiros, junto com a França e a Alemanha este país parece querer sair do fosso onde o mundo caiu pela desastrosa especulação imobiliária e não só.
Todos os analistas são unânimes ao afirmarem, que na Justiça reside o maior flagelo do nosso país, cuja reforma que este e o anterior Governo pretenderam fazer, só tudo piorou. Nada se respeita. Há uma sensação de impunidade que parece ter em Vale de Azevedo a única excepção como que para servir de exemplo de um bom funcionamento, que é falso. Tanto de falso como ridículo, se pensarmos naquela cena em que houve uma ordem do Tribunal para sair da prisão e mal teve o pé cá fora, houve outra contra ordem para ser engavetado. Não ponho em causa a sua merecida condenação pelas patifarias que praticou, mas então e os outros?
Depois temos os media no meio de tudo isto com uma única intenção de não olhar a meios para atingir o fim de vender reportagens. Oh, como a bagunça da Justiça e o atropelo do seu segredo está às mil maravilhas para eles, os quais o que deveriam fazer era de prestar um bom serviço ao povo, em apontar baterias na perseguição daqueles casos já denunciados e que tendem a cair propositadamente no esquecimento. Ainda há pouco tempo um dos canais mostrou a boa vida de um dos responsáveis do afundamento da Universidade Independente, que vive à custa dos outros a viajar por tudo o que é lado, atrás de torneios de póquer. Tanto propagandearam os media que no nosso cérebro fica o local onde o Sócrates se formou como engenheiro, através de exames que parecem pouco transparentes, mas sobre o processo da condenação desses administradores que tantos alunos prejudicaram nada, é o bloqueio total. Ah, então se nos pomos a recuar no tempo: viagens para médicos a coberto de congressos e oferta de electrodomésticos sem se perceber como; contrapartidas da aquisição dos submarinos que ninguém responde por elas; facturas falsas a envolver Empresas conceituadas no mercado; abate de sobreiros e outros atentados à natureza de toda a espécie para a construção de campos de golfe; escândalos de pedofilia que não têm fim à vista, acabando as imagens do Tribunal se diferenciarem pelo aparecimento de cabelos brancos; banqueiros a defraudarem clientes, só no caso da D. Branca a banqueira do povo é que foi condenada em três tempos, agora Oliveira e Costa e companhia é para entrar nas calendas; autarcas que no auge da sua actividade corrupta fogem do país e ainda se dão ao luxo de concorrerem novamente nos respectivos círculos eleitorais; e no desporto falcatruas a entrarem pela vista a dentro e despromovem-se os mais fracos para nos mandarem com poeira para os olhos.
É nojento! O que não deixa de ser uma razão para os jornalistas não mexerem mais nisto. A simples referência a esta podridão e a impunidade subjacente, causa de imediato a mudança de canal, assim como o virar de uma página. E então ao nos lembrarmos do dinheiro do contribuinte desperdiçado em todas estas investigações, é vómito pela certa.
O caso Face Oculta vai ser outro tal, que agora derivou para a estafada conversa sobre o controlo da comunicação social, como se não fosse o que todos fazem quando estão no poder, só que anteriormente não havia a moda das escutas.
Enfim, a política neste país é água estagnada, podre. Partidos de esquerda a concordarem numa altura destas de contenção orçamental, que se dê mais dinheiro para Alberto João Jardim, o tal que não descansa enquanto não fizer uma lei para os tornar equiparados aos partidos extremistas de direita. O que ele vai gozar com isto tudo quando se mascarar e dançar no Carnaval. Curiosamente, agora surge-nos um Presidente da Republica num tom calmo e apaziguador em comparação com a agressividade mal disfarçada que fez ao PS aquando das últimas eleições. Não é que daqui a uns meses, é capaz de vir desse lado uma boa fatia de votos? E depois o PSD também não há maneira de arranjar um candidato como deve ser. Deve ser em 2011 e então o Cavaco já pode fazer o que fez Sampaio a Santana e outro galo cantará.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Haiti, outro pedaço de terra amaldiçoado

Tal como as imagens de guerra e terrorismo, também estas que as televisões se habituaram a mostrar do terramoto no Haiti, onde passados quinze dias ainda uma jovem foi salva dos escombros o que nos leva a reflectir em quantos milhares foram assim condenados a uma morte lenta, entalados em buracos com toneladas de entulho em cima. Nos tempos da elaboração das Escrituras e profetas em que a Bíblia ainda estivesse a ser escrita, de certeza que seriam incluídas páginas a justificar este cataclismo como um castigo Divino para terminar com a iniquidade e os impuros. Só que agora numa altura em que o homem já foi à Lua e passeia-se pelo espaço, apenas o ser humano que tenha a mentalidade mais tacanha é que não percebe que nenhum inocente, por estar num determinado local à hora errada merece um castigo assim.
Haiti é um país que ainda consegue ser mais pobre do que a vizinha República Dominicana o que nos deixa a pensar, que atendendo a que tanto para um como para outro a maior fonte de receita é o turismo e aquelas praias paradisíacas que mesmo assim no meio deste cataclismo continuaram a receber os cruzeiros e a servir os turistas, são os haitianos vitimas de uma governação déspota e gananciosa, onde para servir o interesse de uma minoria toda a floresta foi arrasada levando aos caos e à infertilidade. Muitas décadas de uma política séria vão ser necessárias para reconstruir este país e grande limpeza vai ter que haver, pois até mesmo agora com a ajuda humanitária há medicamentos oferecidos que se vendem no mercado negro. Ai dos fracos e sem posses!
http://www.unicef.pt (Donativo esporádico com benefício fiscal)