domingo, 31 de outubro de 2010

Onde não há pão...

Neste arrastar penoso do tempo a discordância sobre a aprovação do Orçamento, faz-nos criar aversão a todos estes políticos que não parecem entender que o mundo desde sempre tem estado em constante mudança. O crescente aumento da população, para o qual também contribui uma maior esperança de anos de vida, juntando a isso os automatismos tecnológicos que acabaram com dezenas de profissões, obriga a que se procurem soluções que ajudem a uma convivência equilibrada entre todos.
Concerteza que há um século atrás até à década de setenta, não passaria pela cabeça de uma família chinesa que um casal em nome de uma melhor sustentabilidade e perseveração dos recursos do país, só pudesse vir a ter um filho*. E é em nome do planeta Terra que já se deveria ter tomado a decisão de canalizar todos os esforços e valores na sua defesa, acabando-se de vez com o desperdício de viagens espaciais ao ponto de uns privilegiados, disso fazerem turismo, e que tantos recursos consomem, passando também pelo fim dos desportos motorizados que são outra fonte de queima. Deveriam ser fomentadas as viagens de comboio para que o espaço aéreo ficasse mais vocacionado para as travessias entre continentes ou casos de urgência humanitária e desta forma menos poluído. Afinal no dia a dia andamos todos a correr para quê e no interesse do quê ou de quem?
É deveras difícil aceitar de ânimo leve uma redução de pensões e salários que corresponde à descida do valor de cada hora de trabalho que é por vezes ganha à custa do sacrifício da família, quando ao mesmo tempo se assiste a um aumento na venda de bens de luxo ou o apelo ao consumo permitindo-se a abertura das grandes superfícies ao Domingos e Feriados e sabe-se lá ainda onde irá parar este alargamento do horário. Ou seja, por um lado vive-se numa sociedade em que o cenário parece ser de forte abundância gastando-se à ganância os parcos recursos energéticos fosseis e por outro tem de se viver em grande clima de austeridade onde por vezes mal há dinheiro para comer.
* Os pobres, porque os casais ricos pagam balúrdios em clínicas privadas de Hong-Kong para contornar a lei.