domingo, 28 de setembro de 2014

PS à deriva e com ele a esquerda


Quando com a ida de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia o PSD ficou órfão de um secretário geral, não foi fácil reunir um forte consenso para a sua substituição e muitos tiros foram dados nos pés pelos sucessivos candidatos. Todavia, na direita existe um forte apoio do grande capital que se pode dar ao luxo desses desentendimentos porque lhes é fácil pagar a propaganda para popularizar novos dirigentes. Daí, se formos procurar possíveis candidatos nessa área política à nova eleição para a presidência da republica encontramos muitas figuras com perfil para o cargo, até mesmo, se necessário, a imagem de Paulo Portas seria trabalhada para tal.

À esquerda o comportamento é diferente a começar pela falta de união dos vários agentes partidários, pelo que as más decisões têm consequências desastrosas para a imagem dos poucos dirigentes que possam reunir as melhores condições para uma candidatura ao lugar máximo responsável dos destinos do país. Um nome perfilava no horizonte que poderia seguir os mesmos passos de Jorge Sampaio, só que a sede do poder falou mais alto e António Costa não resistiu a disparar o tal malfadado tiro torto. Justificou-se para artilhar a arma, com o argumento de que António José Seguro não tinha conseguido demonstrar que aquando das eleições de 2015 venha a conseguir uma maioria necessária para chefiar a governação. Essa sede, mesmo que nestas últimas eleições a esquerda tenha infligido uma pesada derrota à direita, impediu ver que a abstenção foi e será grande, assim como os votos atribuídos a Marinho e Pinto. O resultado desta ânsia de poder para ser secretário geral, na altura das presidenciais (o tempo passa a correr) perfilar-se-ão três Antónios queimados, um abandonou a governação e os outros dois dificilmente se irão entender, juntando-se a eles um Sócrates que perante as dificuldades foi para França, pelo que se prevê mais cinco (por norma dez) anos de um presidente da república comutado com a direita.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Costa da Caparica, os milhões de € deitados ao mar

Desde a adesão ao euro que a maior parte de nós, ou como mais vulgarmente antigamente se dizia, o povo, já sentiu (ou anda a sentir) na pele o custo das tais percentagens de comparticipação nas obras para o nosso suposto desenvolvimento. Muitas delas de utilidade duvidosa, tais como autoestradas com pouca utilização, e a construção dos 10 (DEZ) estádios para a realização do europeu de futebol de 2004, mas há outras positivas tais como o avanço de alguns programas polis e outras requalificações que nos dão um certo orgulho. Não é o caso da  Costa de Caparica que entre várias barbaridades teve o condão de afastar o terminal do ex-libris da cidade,  o Transpraia (comboio), para fora do centro em prejuízo do comércio local.
Recentemente ao passear pelo paredão à beira mar, dou conta de uns cartazes a justificarem os trabalhos nas praias e neles para além dos prazos para a sua realização, se lê os custos com a tal comparticipação europeia a cem por cento (aguenta Zé): 5 milhões de euros para a reposição de areias e mais 450 mil euros para o reordenamento do território. Perante isto que vai ser dinheiro deitado ao mar, porque a juntar ao lento aumento do nível do mar há invernos cada vez mais rigorosos, que não perdoam acabando por levar a areia, o que dirão por exemplo as populações de Ferreira do Alentejo e da Lousã. As primeiras devido à suspensão das obras do projeto de ligação do IP8 à A26, ficaram com mamarrachos de viadutos inacabados que não vão dar a lado nenhum e ainda por cima com as antigas vias de comunicação a esburacar. Às segundas prometeram a instalação do Metro Mondego e para isso também fizeram mexidas no terreno que não avançaram, com a agravante de terem retirado a linha de comboio que tinham.
Se o sistema eleitoral não tivesse feito para dar tachos a quem pulula pelos partidos, mas sim a eleger reais representantes locais, muitas contas tinham estes que prestar a quem neles votou e talvez tivessem vergonha na cara para se esforçarem a proteger e defender a terra à qual supostamente pertencem.