sábado, 26 de setembro de 2009

Sem olhar a meios II

Ontem foi o último dia da Campanha Eleitoral e os dados ficaram lançados. Pelo menos fazem-nos crer disso e hoje em pleno dia de reflexão é suposto não haver qualquer indício de favorecimento a uma força política. No entanto, eis que é anunciado o cumprimento de uma promessa de 2007 do então ministro da saúde Correia de Campos, que é de pôr helicópteros ao serviço das populações a quem foram fechados Centros de Saúde. Aparecem então no tal dia de reflexão as máquinas a voar, ainda por cima envoltas em grande polémica num concurso em que foi aprovada a proposta mais cara e a escolha foi baseada num parecer técnico de uma auditoria feita descaradamente pela parte interessada (pasme-se, a vencedora).
Nestes dias do vale tudo, foram notórias várias coisas e aleatoriamente ocorrem-me as seguintes:
- O acordo tácito de não mandarem “pedras” porque a maior parte tem telhados de vidro. Assim, casos como Freeport, Portucale entre outros, não foram mencionados;
- O tiro no pé de Manuela F. Leite quando iniciou a campanha com o tema da asfixia democrática, dando como bom exemplo a Madeira onde é precisamente o sítio em que todos nós sabemos que o que existe é uma imposição da vontade de Alberto J. Jardim que até na visita do Presidente da República se dá ao desplante de nem o obsequiar com honras de Chefe de Estado ao qual trata por Sr. Silva. Esta designação de asfixia e a evocação para o que considera de bom modelo madeirense, nunca mais a deixaram durante toda a campanha e provavelmente até mesmo para o resto da sua vida política;
- A chantagem da entrega de portáteis Magalhães, ainda por cima anunciada pela ministra impopular da educação, que só prosseguirá se o actual Governo ganhar as eleições foi por demais. Até com o futuro das crianças se brinca. Aprenderam isto com quem? Com o Hugo Chavez? Até parece que a entrega dos computadores é feita com o dinheiro do PS e não dos contribuintes;
- O próprio Cavaco Silva já percebeu que não é com aquela suposta líder política que pode contar. Aquela que a passar por Passos Coelho (quer se queira ou não, é o símbolo da juventude do partido) lhe vira a cara e prefere ter nas listas pessoas que estão a responder por processos em tribunal. Não é ela que tem o consenso partidário, e o cinismo à sua volta é notório. Cavaco dever-se-á lembrar bem, que durante as eleições europeias Paulo Rangel congregou todas as simpatias e Manuela Ferreira Leite só servia para atrapalhar no pouco tempo em que aparecia. Para o actual Presidente da Republica medidas que beneficiem o PS, como a demissão do seu assessor para imprensa ou o anúncio da vinda do Papa só lhe serviram para que depois do dia 27 se dê de vez a purga do PSD e que surja um líder forte, tal como Sampaio precisava em relação a Ferro Rodrigues no tempo em que Santana Lopes era primeiro ministro.
Passado isto, daqui a dois anos ficamos curiosos como será o nosso quadro político e principalmente se Cavaco Silva tem o segundo mandato, como aconteceu com os seus antecessores. Se o tiver e não se entendendo as forças políticas após este domingo (como é costume), já ele deverá ter Rangel para reunir forças nem que sejam em conjunto com Paulo Portas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sem olhar a meios

Aquele veneno das sextas irá dar alguns frutos (podres) no dia vinte sete e já se notam umas colagens tendenciosas: uma entrevista do patrão da Sonae em vésperas, a mandar o Sócrates abaixo e um tendencioso conservador, que nem sei o nome e de onde é que apareceu, a fazer comentários na Dois de bota abaixo, logo a seguir ao último debate e a enaltecer a Manuela F. Leite, que diga-se aqui de passagem foi de uma grande baixeza, em nem uma única vez tratar o seu opositor por 1.º ministro. Esforça-se em fazer o povo de parvo, ao esconder do programa do PSD todas aquelas entregas ao sector privado (ex: Segurança Social e Serviço Nacional de Saúde) ideia essa que andou quatro anos a apregoar na oposição, além das Scuts para assim apanhar votos aos incautos. A juntar a tudo isto, temos o Presidente da Republica que agora por coincidência deu em se preocupar com os bombeiros e numa das últimas aprovações de Decreto Lei, teve o cuidado de se demarcar e justificar o seu desacordo, coisa que agora em vésperas é que o faz. São lobos esfomeados que os mais velhos já conhecem bem, pois do cavaquismo ficámos bem fartos durante 10 anos e em tempos de vacas gordas com dinheiro fresco da CEE a encher os bolsos de alguns para a compra de jipes e o Zé Povinho na miséria.
E agora com o pessoal mais novo, será assim?: Depois de já terem entregue os votos para o PC (estes hão-de ser os do costume), PSD e mais aqueles que voarem para os irresponsáveis do BE, os tais que se recusaram a receber o José Eduardo dos Santos, como se não fosse importantíssimo defender os portugueses que tiveram de imigrar para Angola, iram então perceber o que é asfixia democrática, quando sentirem os efeitos da rolha e começarem a ver as mordaças nos Gatos, Contemporâneos, 5 para a meia-noite e talvez escape o Contra por serem bonecos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Uma perca no mundo do espectáculo

Quando as pessoas não seguem a verdadeira vocação para a qual estão predestinadas, traz por vezes um mal resultado atingindo os colaboradores mais próximos inclusive familiares. Foi o que aconteceu com a Manuela Moura Guedes que seria uma grande actriz, pois até começou muito bem no mundo da canção com a interpretação da canção Foram Cardos Foram Prosas. Infelizmente não se sabendo bem porquê, além do jornalismo profissão aquela em que se deu a conhecer ao público, (muitos se lembraram dos seus dotes descontraídos em que se desmanchou a rir num Telejornal), optou por entrar na política e foi como deputada do CDS que esteve pouco tempo de má memória na Assembleia da Republica.
Para quem tem dúvidas que marido e mulher metidos na mesma Empresa causa na maior parte das vezes embaraço, eis aqui mais um exemplo: ele, responsável de uma estação de televisão, meteu-a a apresentar um Jornal Nacional e eis que os seus dons de actriz vieram ao de cima estragando trabalhos de investigação que se pretendiam isentos e ela ao apresentá-los desata a fazer trejeitos e tons de voz insinuantes, onde procura influenciar o espectador tal como se este fosse o pior dos tacanhos a ouvir um padre sectário.
Resta aguardar para bem da transparência democrática que esse jornalismo de investigação não seja censurado e que dele seja dado conhecimento por profissionais capazes, que saibam transmitir isenção e não julgamento antecipado dos factos apurados.