quarta-feira, 22 de novembro de 2023

PSD desmascarado pelo seu deputado europeu

Que sentimento se pode sentir quando um português, deputado europeu da ala direita, se intromete a discursar numa manifestação a favor da direita onde se inclui o Vox (pois é este a governar, que os fascistas têm por objetivo), o tal partido que tem como horizonte quando estiver no poder, conquistar Portugal? De onde já veio a ideia de que a água do Alqueva deva servir a Andaluzia.

Se este político perfilar a ideia do nosso nobel da literatura, brilhantemente ficcionada na "Jangada De Pedra", de que a Península Ibérica poderia ser um continente, então percebe-se a colagem. Agora se pelo contrário, vem com falso patriotismo e renega a verdadeira história de que séculos atrás os castelhanos tiveram que optar em concentrar forças para não perder a Catalunha, ainda por cima com o inimigo ocidental a ter forte apoio inglês, é porque já sabe que o PSD se vai colocar à extrema direita como aconteceu nos Açores.

A vantagem que a democracia tem em deixar que exista um partido de extrema direita, é saber-se onde param os fascistas, porque dos comunistas sempre se soube. Diga-se de passagem que o maior contributo do professor Freitas do Amaral foi precisamente pacificar os salazaristas num partido, de forma a acabar com bombistas. 

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Burrinho mealheiro

Este é um concurso à medida deste país, premeia a ignorância. Salvas raras exceções, quanto mais a família falhava perguntas de baixo nível, mais se ria e isto porque a estupidez não paga imposto, senão o dinheiro do prémio não dava para cobrir. Curioso seria poder ver a reação de professores que tivessem reconhecido alguns daqueles, como seus alunos. Diriam, ainda bem que estes estúpidos não seguiram o ensino, mas os que enveredaram  por esse caminho profissional, que alunos formaram?
Este é um lamaçal do qual as futuras gerações terão bastante dificuldade em sair e toda sociedade, leia-se novos e velhos, perde conhecimento/competitividade, acabando a inteligência artificial por ganhar cada vez mais espaço em diversas áreas.
 

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Putin, o cínico frio que a ditadura russa gerou


Em fevereiro ficámos perplexos a assistir à invasão da Ucrânia pelas tropas russas a mando do carniceiro Putin, melhor reencarnação de Hitler não podia haver, só que não foi à Polónia. No fundo foi o seguimento lógico da movimentação de milhares de tropas e material bélico na fronteira russa e na do seu satélite Bielorrússia. Foram semanas e semanas de frustração e revolta a ver imagens da destruição e assassínio de um povo que desesperadamente se meteu em fuga da melhor maneira que pode, pois os alvos escolhidos não foram apenas da esfera militar, a maioria foram civis e até hospitais e escolas não escaparam, ficando homens  e mulheres militares para defenderem e contra atacarem à maneira de David contra Golias. A reação ocidental com as sanções económicas já estava atrasada oito anos desde a invasão da Crimeia pelos russos, assim como o abate do avião comercial da Malásia cheio de passageiros, a maioria turistas holandeses. Os interesses económicos (aumentos do PIB, as imposições das famigeradas agências de rating) tudo fizeram para não deixar de pagar à rica Rússia, esquecendo que esse dinheiro não fazia mais que alimentar a máquina de guerra.

Mas eis que por acaso na biblioteca deitei mão a um livro que por estar muito manuseado o escolhi, o que faço quando vou à biblioteca sem qualquer referência, assim sei que levo algo do agrado de muitos leitores. Então não é que o livro em questão "Comboio para Budapeste" de Dacia Maraini, refere no ano de 1956 a invasão russa com os seus tanques à Hungria, quando esta pretende ser uma nação democrática e deixar o comunismo, como mais tarde conseguiu a Polónia. No livro é contada o desespero dos revoltosos quando a USA se limitou a apoio moral e na Itália o forte partido comunista a negar-lhes apoio, (o que faz lembrar aqui o nosso na situação atual, imagine-se a montanha de anos já passados e os retrógradas que ainda são) acabando por milhares de defensores serem mortos, mas sem antes venderem cara a derrota atirando os cocktails molotov para debaixo dos tanques conforme podiam. Após a leitura desse romance, procurei outro já de propósito sobre o tema guerra "A Companhia" de Robert Littell. Este é um calhamaço daqueles tipo bíblia com letra minúscula e tudo que mostra é os dois lados da espionagem/contra espionagem tanto na CIA como no KGB. Também aqui é fielmente reproduzida o desalento húngaro e de outras tantas revoluções pela democracia, em que a USA lhes retirou o tapete. Muitas famílias húngaras ainda devem estar destroçadas pelo que se passou, daí que ultimamente o resultado das eleições foi favorável ao mesmo governante que de democrata pouco tem e é nitidamente pró Putin. Percebe-se porque é que não quiseram arriscar, por uma mais ampla liberdade numa espécie de geringonça contra o poder instalado.

E é nestas leituras que interiorizo que pouca resposta se pode esperar do lado ocidental e assistir às macabras notícias apenas acaba por ser um exercício de puro masoquismo. A Rússia de Putin continuará a fazer o que bem lhe apetece ameaçando a seu belo prazer, pois o polícia Estados Unidos principal defensor da democracia, está demasiadamente comprometido com sucessivas intervenções militares desastrosas no planeta, a começar pelo o que aconteceu no Iraque. Para já enquanto este ditador com cara de bebé mafioso continuar no poder a Europa nunca mais terá sossego e progresso. Fica-se numa enorme dúvida: que gerações serão precisas para as feridas ficarem saradas?