quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Salvador da Pátria, precisa-se

Faltaram demasiadas peças para o piloto automático funcionar como deve ser. Desde Pedro Mendes, passando por Simão Sabrosa, Deco, Cristiano Ronaldo, Paulo Ferreira e a acabar em Fábio Coentrão, três por lesão e outros três para os quais a Selecção já tinha servido os seus fins, foram demasiados grãos de areia que emperraram a máquina. A juntar a isto, a equipa ainda estava em descompressão da forte concentração a que foi sujeita nos últimos dois jogos do Mundial, Brasil e Espanha. Veja-se por exemplo o comportamento do Eduardo que tão bem conta tinha dado de si, cotando-se como um dos melhores guarda redes nesse campeonato.
Como se tudo isto desportivamente não bastasse, ainda tivemos a ingerência de entidades ditas oficiais no trabalho da equipa técnica, ao quererem despedir um seleccionador e ao tê-lo feito deveria ter sido imediatamente após o regresso da África do Sul. Quiseram fugir ao pagamento de uma alta indemnização causada por um contrato feito (porquê quatro anos?) com carta branca dada a Gilberto Madaíl, para agora o preço a pagar ainda ser mais elevado inflacionado por este apuramento desastroso, onde o próprio público está desmotivado para assistir aos jogos. Por fim eis a varejeira no topo desta poia com a possível escolha de Paulo Bento para dirigir a equipa das quinas. Nem a propósito, é um técnico que pelo menos já vem de um ambiente derrotista e habituado aos assobios.
Se Humberto Coelho já tinha dado boas provas quando esteve à frente da Selecção, nunca se percebendo bem o porquê do seu afastamento*, classificando-a para o Euro 2000 e levando-a à semi-final, será concerteza este um nome credível para incutir o respeito e bem estar no grupo que mais que nunca está precisado dessa confiança. Mal sabíamos nós que quando assistíamos àquele desnorte da equipa francesa, onde parecia que ninguém se entendia e que era um castigo devido ao golo metido com a mão pelo Henry, o mesmo nos estava reservado, ou pior sabe-se lá.

* Precisamente o mesmo se passou com Fernando Cabrita 1983/Euro 1984 levando a equipa à semi-final (qualquer delas em França e a mesma adversária campeã) seguindo-se um afastamento misterioso deste técnico.