quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Imposto Especial para Todos

Há uns quarenta anos havia descontos para a Caixa de Previdência, Fundo de Desemprego, Imposto Profissional e para nosso espanto no final do ano, quando parecia terem-nos sacado já o suficiente em impostos, aparecia o chamado Imposto Complementar. Dizia-se à boca fechada que era para fazer face ao esforço de guerra no Ultramar, assim o mesmo se disse quando mais tarde apareceu o Imposto de Circulação para quem tinha automóvel. Passados anos o Fundo de Desemprego foi incluído na Caixa de Previdência e passou-se a chamar Segurança Social e o Imposto Complementar foi incluído no Imposto Profissional e tomou o nome de IRS. Pela falta de especificação do FD por estar incluído na Segurança Social presentemente quando pagam o Subsídio de Desemprego parece que estão a fazer um grande favor, como se o trabalhador já não tivesse andado a descontar para isso no tempo em que trabalhou. São estas ideias peregrinas que também querem fazer com os 13.º e 14º mês, ou seja fazer a inclusão pelos outros meses e depois como uns bons chicos espertos que são, acabarem por os diluir em impostos.

Para prejudicarem os mais desfavorecidos são exímios em copiar soluções de outros países, como o caso da redução de salários e pensões como se cá o que o comum dos mortais ganha, tem alguma comparação com o que em outros países se ganha e não é preciso ir muito longe, basta passar a fronteira. É como o aumento do preço dos seguros, também a bitola de comparação é a europeia como se auferíssemos dos salários que eles recebem e já para não falar dos preços da gasolina, eletricidade e gás ou outros bens de primeira necessidade, que para os nossos vizinhos é sempre mais barato.

Na verdade é prático e rápido, o Estado não paga, aliás na falta dessa seriedade já ele tem prática, o dinheiro dos subsídios não é entregue e diz-se alarvemente que é sacrifício de todos. Veja-se então o sacrifício do patronato que fica com os empregados a terem de trabalhar mais meia hora por dia, menos dias de férias e menos feriados. E depois falam de produtividade. Mas com que motividade ou paixão (como o patrão gosta muito de chamar), o trabalhador tem no seu local de trabalho? Que prémios de objetivos ou promoções passam a ter? Só se forem para os lambe botas do costume. Para os esforçados há-de ser corte de salário pela certa ou despedimento, pois para esse lugar mijeruca há muitos por aí e até licenciados se for preciso.

É triste como as cabeças pensantes que nos governam, não têm o discernimento para perceber que o comum dos funcionários a quem o Estado paga, também tem que ter as suas almofadas para poder pagar despesas anuais como seguros da casa e carro, revisão e inspeção, para além de outras como por exemplo o IMI, o qual por acaso também querem aumentar. Se para debelar a crise é preciso que todos, mas mesmo todos, façam um esforço adicional, porquê tantos economistas a mandarem bacoradas e não seguem a sugestão de Rui Rio e implantam para estes próximos anos o I.E.T – Imposto Especial Para Todos, variando conforme os escalões de rendimento de cada um? Mas é aqui que a porca torce o rabo, pois aqueles que têm fartos rendimentos não estão para isso e este Governo foi lá posto precisamente para os servir através daquela minoria de 13% do eleitorado do CDS_PP, com o descaramento ainda por cima de afirmarem que foi a maioria do povo que escolheu este programa político.