terça-feira, 28 de outubro de 2008

Formação para comentadores de futebol, precisa-se.

Não deixa de ser lamentável como os nossos comentadores e jornalistas vêm os jogos. Podíam ajudar à evolução do nosso futebol elucidando as pessoas como ver boas partidas, para até depois valorizadas essas partidas com estádios cheios de emoção, poder haver uma procura televisa internacional tal como acontece com espanhóis, italianos e ingleses. Mas não, para eles só conta os grandes, os outros não passam de bonecos. Estando os grandes a ser dominados em certos períodos do jogo, parece que está a acontecer uma vergonha nacional. Não fez o Naval um grande jogo sem desistir até ao fim que só ajudou a valorizar a vitória do Benfica? Que dizer do Leixões que ainda suportou um penalty duvidoso e um fora de jogo mal assinalado? E olhando para a tabela classificativa não está lá o Nacional? Antigamente, a maior parte dos desportistas deve-se lembrar, o futebol espanhol era considerado feio. Depois, souberam aproveitar a inclusão de estrangeiros e daí tirar bons ensinamentos, acabando por se tornar o que é hoje. Nós por cá, só temos a ganhar com a evolução das equipas mais modestas que é o resultado da boa utilização que têm feito de futebolistas estrangeiros e camadas jovens. E os bons são sempre bem vindos em qualquer parte do mundo, pois a linguagem do desporto é universal.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Castelos de areia

Não os deixei entrar em casa. Se calhar fiz mal, pois era capaz de aprender mais alguma coisa, mas como não confio neles e a mim parecem-se bastante com os publicitários portadores de mensagens enganosas, preferi mudar de canal.
Há uns meses atrás corriam notícias sobre os lucros fabulosos dos Bancos, agora estão sem liquidez a pedir avales do Estado (que no fundo somos todos nós contribuintes), para garantias de empréstimos de uns aos outros. Aqui são curiosas as notícias que dão, com a comparação com os milhões que outros Estados tiveram de dar como garantia. Então lá vem a Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, todos países pequenos como a gente. Podíam falar de comparações com a Noruega, Holanda, Suécia, Luxemburgo, mas não. Até parece que estas são democracias à parte.
No Verão de 75 em pleno desvario comunista, a Banca foi nacionalizada para evitar que os grandes banqueiros fugissem e deixassem o país na Banca Rota. Agora parece que em desespero de causa, vão aparecendo nacionalizações a conta gotas por todo o mundo e o simples mortal que cada vez paga mais impostos, na expectativa onde isto tudo irá parar.
Quando foi a reeleição do Bush, ela deveu-se a um comunicado do Osama Ben Laden a ameaçar com novos actos terroristas e o povo americano com receio alterou a sua tendência de voto. O Aznar em Espanha também perdeu no último momento para o Zapatero devido ao atentado de 11 de Março. Será que presentemente está montada uma engrenagem infernal para o Obama também sofrer uma reviravolta a favor do McCain?

sábado, 11 de outubro de 2008

Memória


O meu pai nunca foi muito de andar comigo atrás. Tudo lhe servia de desculpa para conseguir evitar a minha colagem. Uma típica, era dita na brincadeira de que quando o acompanhava ao antigo estádio José Alvalade, o Sporting perdia, pois eu dava azar.
Daí, quando era mais pequeno, só por uma vez eu o acompanhei ao emprego, o que por acaso também não me deixou muita vontade de lá voltar e também não retive nenhum episódio, ou alguma conversa. Só me lembro de ter ficado muito envergonhado e tímido de cabeça baixa numa secretária, agarrado a um lápis.
Mas eis que hoje, e passados cinquenta anos voltei a entrar no local onde o meu pai tantos anos (36) trabalhou, o Arsenal do Alfeite. É algo surrealista. A memória dispara-me flashes de imagens para enquadrar com as que presentemente vejo e as secretárias não sendo o mesmo mobiliário, também os rostos não o são. E eu a esforçar-me para que fossem os mesmos, procurando ao mesmo tempo o lugar onde estive sentado, como se fosse possível ver ali um rapazinho pequenino de calções.
Para chegar às instalações administrativas tive que passar vários controlos onde muitos marinheiros, ou oficiais da marinha alguns em fato e boné de gala me bateram pala, coisa a que estamos acostumados quando a polícia de trânsito nos manda parar.
Lá dentro segui estrada fora (aquilo é enorme) até chegar à beira rio com todos os barcos de guerra ancorados. Para quem viu o filme Pearl Harbour, o cenário é idêntico, salvaguardando as respectivas dimensões. Tive pena de não estar com a máquina fotográfica, o que provavelmente não me serviria de nada, pois não acredito que deixem tirar fotografias, apesar de o meu pai na altura as ter tirado. Agora ao revê-las bem compreendo toda a paisagem naval, pois estava ali mesmo à sua mão de semear junto ao local de trabalho, o Serviço Administrativo.

sábado, 4 de outubro de 2008

Ainda Verão

O que aqui escrevo seria bem documentado com uma fotografia. Muita gente neste Sábado a passear à beira mar, o tempo convidava. Alguns nos chapéus e ao banho, teimam a que o verão só termine no calendário.
Reparo nos apoios de praia e a alguém eu ouvi dizer, que eram em demasiado número e feios. Na realidade também me pareceu, mesmo que para o Barbas sejam entregues dois (Já têm o nome de Barbas e Feel). Ele tem anunciado que amanhã vai ser o último dia de exploração do restaurante antigo e que fará a oferta da refeição, mas não à descrição. Imagino a barafunda que irá ser criada. Deve ser para aproveitar a ajudá-lo a partir aquilo tudo para dar início à demolição. Quanto a serem feios, isto vai depender da imaginação dos concessionários e publicitários, pois com aqueles plásticos autocolantes, como por exemplo usam para o mobiliário das esplanadas, muita coisa com gosto se poderá fazer.
Agora o que me impressionou foi a injecção dos milhões de metros cúbicos de areia nas praias, que caso assim se mantenha os veraneantes vão encontrar as velhas praias do Tarquino, Paraíso, Dragão Vermelho e Praia Nova com muito espaço para estender a toalha. Pareceu-me que o método utilizado de enchimento, baseia-se num tubo que entra pelo mar e a cem metros da costa está um barco draga que bombeia a areia para esse tubo. Chegada a areia, estão os bulldozers para a espalhar. As pessoas têm bastante reserva se a questão foi bem estudada, pois o tirar a areia de uma linha de costa mais avançada, parece que corresponde ao retirar de uma primeira defesa. O Inverno que é um forte aliado das grandes ondas, irá dar a resposta se não andaram a deitar o nosso dinheiro ao mar.
Qualquer das formas, correndo isto bem ou mal, há algo já destruído pelo Programa Polis que é a flagrante prova de que o Poder Autárquico por vezes age incorrectamente. Admira-me, que ao que julgo saber o presidente António Neves, não pertencendo à força política dominante, não tenha junto da máquina do seu partido denunciado e publicitado a contribuição para a desertificação do centro da Cidade, ao ser empurrado o terminal do Transpraia para um extremo. A ideia de juntá-lo ao novo terminal dos autocarros é demasiado simplista e negligenciaram o factor de que trazia muita gente para o centro, dando vida ao comércio. Parece esquecerem-se que a Costa não é só praia.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cem anos de perdão

O consumidor cumpridor e empenhado em ter diversos produtos é facilmente ludibriado e prejudicado neste país em que a justiça não funciona e a sua defesa é débil. Então no que respeita aos canais de televisão pagos, é fartar vilanagem. Há uns anos assistiu-se à situação da RAI ter codificado um programa interessante. Resultado os clientes da televisão por cabo que pagam mensalmente o pacote onde está inserida a RAI ficaram naquele momento com o mesmo previlégio daqueles que não pagam nada. Também houve aquele caso de quem paga o pacote que inclui a RTL, ter ficado sem emissão na altura da transmissão de jogos de futebol, para forçar a assinatura na SportTV.
Esta quinta-feira à noite aconteceu mais um desrespeito, agora para aqueles que pagam a SportTV. Bem procuraram os clientes pela transmissão do Benfica vs Nápoles um jogo importantíssimo principalmente para os adeptos encarnados, porque estava em jogo a continuação na prova da Taça UEFA. Pois o que se passou na estreia do Canal do Benfica foi dar a transmissão em exclusivo para os clientes da MEO, isto com o fim sem olhar a meios, de a MEO angariar clientes.
No fundo neste negócio do vale tudo, quem consegue captar directamente o sinal do satélite fica com cem anos de perdão.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Movimento

A minha volta para ajudar a desmoer o almoço, ficou substancialmente melhorada. O que as nossas assoalhadas têm de bom, é estarem localizadas entre o centro da cidade e o campo. Assim, aqui estou no planalto do Cristo Rei em vez do estacionamento da Fábrica, com um tempo espectacular havendo uma brisa morna e a companhia de turistas, poucos. Sentado num banco de pedra (montaram uma série deles na orla virada ao rio, o que dá mesmo jeito) reparo que passa um avião da TAP, daqueles bojudos, que só abriu o trem de aterragem a meio do Tejo. É raro, normalmente quando ali chegam as rodas já estão descidas. Quando assim não é e calha a ser mesmo ali, gosto pelos binóculos assistir à manobra.

Dou comigo a pensar no dia de ontem, a ir ao Centro de Emprego. Muito mau! Localizado num espaço novo que não foi feito para albergar tanta gente. Caí na realidade e não nas facilidades dos números fabricados que nos querem impingir. As pessoas tinham que andar pela rua e vá lá que o tempo primaveril ajudou, pelo que imagino no Inverno o que é ter que estar de chapéu de chuva e sobretudo vestido à espera. Demorou sensivelmente três horas e meia a ser atendido, o que deu para andar às voltinhas e ir ao Centro de Saúde procurar por um daqueles jornais gratuitos e aproveitar para marcar uma consulta, o que não consegui claro. O círculo completa-se. Se tivesse que ir a outro organismo público, a Segurança Social por exemplo, seria a mesma coisa.

Uns italianos já entradotes entregam-me a digital e pedem para lhes tirar uma foto. Não gostei do plano que escolheram, sentados de costas para a estátua e por mais que me esforçasse o Cristo ficava cortado. Ofereci-me para tirar outra com o plano do rio e Lisboa, mas delicadamente recusaram, o que parvamente me deixou frustrado. É raro pedirem-me para lhes tirar fotos, não devo inspirar muita confiança. Só uma outra vez me tinha acontecido, com um moço estudante de Macau. Entre outras, fiz uma gira em que lhe entreguei a bicicleta para fazer pose.
Passeiam-se muito por lá e agora já existem boas condições para piqueniques onde várias excursões podem se espalhar. Vá lá algum progresso.