quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Eutanásia sim, não

Uma das maiores, senão a maior praga que alastrou pelo século vinte, sem que o comum dos mortais ainda esteja consciencializado disso, é o acidente de viação. Pior que o ceifar de vidas, pois de uma forma ou de outra ninguém cá fica para semente, são aqueles feridos graves ou melhor dizendo gravíssimos, que acabam por ficar incapacitados de prosseguirem uma vida normal. Pequenos gestos do quotidiano à base de automatismos corporais, dos quais na maior parte das vezes nem sequer nos apercebemos, julgando-nos para sempre dono deles devido a serem como que direitos adquiridos à nascença.
O filme de 1981 "De Quem É A Vida Afinal?" mostra de forma exemplar as dificuldades enfrentadas por alguém que num ápice sem ter culpa nenhuma ficou paraplégico e o seu dia a dia fica transformado num inferno de desespero. À primeira impressão este será um filme que pertence à classe daqueles que não vale a pena agarrar e perder tempo em vê-lo, mas é precisamente o oposto e Richard Dreyfruss dá uma interpretação fabulosa a quem repentinamente ficou inválido a ter que enfrentar para toda a vida uma frustração profissional, sentimental e sexual. Invariavelmente acabamos por nos perguntar o que faríamos nos lugar dele e se é menos penoso para aqueles que intelectualmente são pouco evoluídos e imaginativos, ou pelo contrário se tiverem maior capacidade inventiva, ideias para passar o tempo e um QI elevado seja pior. Provavelmente como tudo na vida, cada caso é um caso.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Do contra

Para já na televisão pública, o Contra Informação deixou de ser transmitido. Provavelmente porque já não faz sentido, pois hoje em dia os políticos e outros dirigentes de carne e osso não passam eles próprios de uns meros bonecos a fazerem todo o género de tropelias, mentiras e piruetas que nem o melhor comediante consegue caricaturar. Por exemplo que melhor boneco poderá parodiar a ministra da educação Isabel Alçada senão ela própria? Portanto basta-nos ver as noticias, dando mais atenção às imagens da Assembleia da República para percebermos que a fantochada continua e com especial relevo para a farsa da Justiça.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quando a Crise dava pelo nome de Custo de vida

Terminado o episódio desta semana com uma das conversas em família de Marcelo Caetano, último primeiro ministro do anterior regime, na altura mais designado por Presidente do Concelho, fiquei a saber quem foi realmente o pai da crise, o tal monstro aqui chamado pelo nome que realmente deve ser chamado: custo de vida.
Não é o Cavaco Silva como alguns andam por aí a apregoar mas sim Marcelo Caetano, pelo menos ao ouvir a tal “conversa” com que no final do episódio a referida série nos brindou e na qual este governante falava do custo de vida e como este já era alvo de chacota no teatro de Revista à Portuguesa e constituindo grande preocupação dos governantes só faltando falar do deficit, palavra na altura ainda fora de moda.
Curiosa esta lenga-lenga de sempre, destinada à classe média não tão pobre como agora, pois repare-se foi com Marcelo Caetano que os funcionários públicos passaram a receber o décimo terceiro mês e isto em pleno esforço de guerra nas províncias ultramarinas. É impressionante que desde aí a decadência e a lenta perca de independência se vem instalando neste rectângulo à beira mar plantado, decadência esta disfarçada com a evolução tecnológica: telemóveis aos montes alguns passam a tê-los mal saem do berço; plasmas por todo o lado com televisão por cabo e jogos; superfícies comerciais a espalharem-se como cogumelos, ficando qualquer dia abertas pela madrugada* fora; em certas famílias mais que um automóvel por habitação; bancos com lucros fabulosos e grandes grupos económicos a distribuírem dividendos ao mesmo tempo que fogem aos impostos de forma escandalosa.
Na linha alguma vez este país terá que ser metido e pelos vistos só cairá na real quando o Euro se desmoronar e todos, mas mesmo todos ficarem cientes do que quer dizer “tanga” ou “calças na mão”, restando o desenvolvimento sério do que é nosso, a agricultura, pescas, património turístico e indústria sendo esta última a mais difícil devido à destruição que sofreu, basta ver o que foi feito à Siderurgia Nacional e não só.
* Curiosa uma imagem da actriz Margarida Marinho na TVI, toda lampeira a abrir uma porta de uma loja famosa nos EUA e ter batido com o nariz na dita, ficando toda abespinhada por isso. Pensava ela que estava em Portugal onde os horários não respeitam minimamente as famílias de quem lá trabalha.

domingo, 31 de outubro de 2010

Onde não há pão...

Neste arrastar penoso do tempo a discordância sobre a aprovação do Orçamento, faz-nos criar aversão a todos estes políticos que não parecem entender que o mundo desde sempre tem estado em constante mudança. O crescente aumento da população, para o qual também contribui uma maior esperança de anos de vida, juntando a isso os automatismos tecnológicos que acabaram com dezenas de profissões, obriga a que se procurem soluções que ajudem a uma convivência equilibrada entre todos.
Concerteza que há um século atrás até à década de setenta, não passaria pela cabeça de uma família chinesa que um casal em nome de uma melhor sustentabilidade e perseveração dos recursos do país, só pudesse vir a ter um filho*. E é em nome do planeta Terra que já se deveria ter tomado a decisão de canalizar todos os esforços e valores na sua defesa, acabando-se de vez com o desperdício de viagens espaciais ao ponto de uns privilegiados, disso fazerem turismo, e que tantos recursos consomem, passando também pelo fim dos desportos motorizados que são outra fonte de queima. Deveriam ser fomentadas as viagens de comboio para que o espaço aéreo ficasse mais vocacionado para as travessias entre continentes ou casos de urgência humanitária e desta forma menos poluído. Afinal no dia a dia andamos todos a correr para quê e no interesse do quê ou de quem?
É deveras difícil aceitar de ânimo leve uma redução de pensões e salários que corresponde à descida do valor de cada hora de trabalho que é por vezes ganha à custa do sacrifício da família, quando ao mesmo tempo se assiste a um aumento na venda de bens de luxo ou o apelo ao consumo permitindo-se a abertura das grandes superfícies ao Domingos e Feriados e sabe-se lá ainda onde irá parar este alargamento do horário. Ou seja, por um lado vive-se numa sociedade em que o cenário parece ser de forte abundância gastando-se à ganância os parcos recursos energéticos fosseis e por outro tem de se viver em grande clima de austeridade onde por vezes mal há dinheiro para comer.
* Os pobres, porque os casais ricos pagam balúrdios em clínicas privadas de Hong-Kong para contornar a lei.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Salvador da Pátria, precisa-se

Faltaram demasiadas peças para o piloto automático funcionar como deve ser. Desde Pedro Mendes, passando por Simão Sabrosa, Deco, Cristiano Ronaldo, Paulo Ferreira e a acabar em Fábio Coentrão, três por lesão e outros três para os quais a Selecção já tinha servido os seus fins, foram demasiados grãos de areia que emperraram a máquina. A juntar a isto, a equipa ainda estava em descompressão da forte concentração a que foi sujeita nos últimos dois jogos do Mundial, Brasil e Espanha. Veja-se por exemplo o comportamento do Eduardo que tão bem conta tinha dado de si, cotando-se como um dos melhores guarda redes nesse campeonato.
Como se tudo isto desportivamente não bastasse, ainda tivemos a ingerência de entidades ditas oficiais no trabalho da equipa técnica, ao quererem despedir um seleccionador e ao tê-lo feito deveria ter sido imediatamente após o regresso da África do Sul. Quiseram fugir ao pagamento de uma alta indemnização causada por um contrato feito (porquê quatro anos?) com carta branca dada a Gilberto Madaíl, para agora o preço a pagar ainda ser mais elevado inflacionado por este apuramento desastroso, onde o próprio público está desmotivado para assistir aos jogos. Por fim eis a varejeira no topo desta poia com a possível escolha de Paulo Bento para dirigir a equipa das quinas. Nem a propósito, é um técnico que pelo menos já vem de um ambiente derrotista e habituado aos assobios.
Se Humberto Coelho já tinha dado boas provas quando esteve à frente da Selecção, nunca se percebendo bem o porquê do seu afastamento*, classificando-a para o Euro 2000 e levando-a à semi-final, será concerteza este um nome credível para incutir o respeito e bem estar no grupo que mais que nunca está precisado dessa confiança. Mal sabíamos nós que quando assistíamos àquele desnorte da equipa francesa, onde parecia que ninguém se entendia e que era um castigo devido ao golo metido com a mão pelo Henry, o mesmo nos estava reservado, ou pior sabe-se lá.

* Precisamente o mesmo se passou com Fernando Cabrita 1983/Euro 1984 levando a equipa à semi-final (qualquer delas em França e a mesma adversária campeã) seguindo-se um afastamento misterioso deste técnico.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Razão atendível

Quando se fala do seleccionador nacional de futebol Carlos Queiroz, tudo levaria a crer que o tema seria desporto. Neste caso não.
O que se trata é de um exemplo mais visível do que se passa no mundo laboral, ou seja despedir alguém sem lhe querer pagar uma indemnização à qual tem direito. Muitos casos destes se passam por aí, onde inventam processos disciplinares para correr com um trabalhador que sempre teve bom desempenho ao longo dos anos e isto em nome de qualquer reestruturação.
Não foi consensual a escolha do substituto de Scolari apesar de este também ter tido contra as suas opções vozes discordantes. Carlos Queiroz com o seu ar sobranceiro comum à maior parte dos emigrantes bem sucedidos, ainda mais polémica e conflito trouxe, dos quais já não nos lembrávamos desde os tempos em que Sá Pinto resolveu agredir Artur Jorge.
Todavia, bem ou mal e com a ajuda da selecção dinamarquesa conseguimos entrar no play-off, e alguns objectivos importantes foram alcançados ou seja a ida à África do Sul, passar da fase de grupos só tendo o azar de logo na primeira eliminatória termos apanhado a Espanha, que por acaso até foi campeã.
Mesmo assim desencantou-se uma obstrução por parte do seleccionador a um processo anti-doping passado há meses atrás para servir de pretexto ao tal conveniente processo disciplinar a visar o despedimento com justa causa. Somos levados a pensar que se a Selecção no Mundial tivesse ido mais longe, quiçá até à final provavelmente nada disto se estava a passar.
Resta-nos agora aguardar que a equipa das quinas em piloto automático, como diz Gilberto Madaíl, faça um bom desempenho no apuramento para o Europeu de 2012.

domingo, 25 de julho de 2010

Tanto deputado. Metade chegava e sobrava

De vez em quando passam nas nossas televisões imagens de sessões a decorrer em parlamentos de outros países, normalmente asiáticos ou do leste europeu, onde por vezes os eleitos expõem os seus pontos de vista à pancadaria. Costumamos analisá-las de forma sobranceira e com risos de desdém julgando-nos supostamente superiores e grandes democratas. Deve ser o mesmo que acontece com as populações daqueles países de grande tradição democrática ao olharem (se é que isso alguma vez acontece) para as imagens transmitidas do nosso Parlamento a debater o estado da Nação à gargalhada e às piadas uns para os outros.
Passos Coelho tem razão, há muita despesa supérflua a reduzir. Em vez de pretender aniquilar com os apoios sociais adquiridos com a implementação da democracia, ainda por cima numa altura destas, de crise mundial profunda onde a solidariedade é mais premente e que até nos próprios Estados Unidos se procura que todos de igual modo tenham direito à saúde, devia urgentemente propor a redução daquela maior parte de parasitas que parece que quando param pela Assembleia, é para a galhofa, adquirirem viagens ou navegarem pela Net, ficando até ofendidos se algum jornalista tenta espreitar por onde “andam”.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

José Saramago, a eternidade ganha pela sua obra

O nosso actual Presidente da República tem grande dificuldade em fazer a separação entre o que são deveres de Estado e a sua posição ou gosto pessoal. Não que o facto de se fazer representar nas cerimónias fúnebres do único escritor português galardoado com o prémio Nobel, tenha sido uma má decisão, até porque seria deveras hipócrita a pessoa que andou atrás do Papa por tudo o que era lado e que aqui sim esteve mal, ainda por cima num país em que à luz da Constituição todas as religiões têm perante a Sociedade os mesmos direitos e deveres. Seria curioso ver Cavaco Silva deixar passar os prazos para a promulgação do Decreto Lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, caso Sua Santidade tivesse feito a maldade de prolongar a sua estadia. Também se interrompesse as férias nos Açores só no intuito de agradar ou parecer bem, acabava por onerar o Estado em despesas de deslocação, além de que seria uma atitude que caso o próprio escritor se pudesse manifestar, desdenharia e reprovaria.
José Saramago que como qualquer outro bom profissional de eleição, é mais considerado fora deste país do que cá dentro, viveu a sua vida às avessas com Deus e por tanto escrever sobre Ele, acabou por Lhe dar a importância que não Lhe queria dar. Por isso mesmo, dirão os crentes, que o Todo Poderoso lhe perdoou e deixou-o morrer dignamente em casa, que é no fundo o que comum dos mortais deseja quando chegar a sua hora.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Chernobyl aquático

Na década 70 do século vinte, foi dado ao ser humano até mesmo ao mais incrédulo, a faculdade de perceber o quão sensível é o nosso planeta. As fotografias tiradas do espaço mostrando um globo lindo envolto numa neblina azulada de aspecto frágil, ficou para sempre na nossa retina. Por essa altura e já lá vão uns quarenta anos, houve alertas que foram feitos através da área cultural, pois são normalmente os intelectuais dos primeiros a serem mais sensíveis para os atentados à natureza, apesar de agora estarem mais acomodados do que interventivos, excepto no que concerne às campanhas a favor das crianças. Lembro-me do Luís Filipe Costa ter realizado para a RTP uma excelente série com o sugestivo titulo “Só Há Uma Terra”, assim como do espanhol Felix Rodriguez de La Fuente, (infelizmente cedo nos deixou) ter feito séries documentais e ao mesmo tempo ter lançado uma obra em fascículos intitulada "Fauna" e que era acompanhada de um livro alertando para os animais em vias de extinção, que passados todos estes anos nos questionamos que medidas terão tomado os governos para os perseverar. Na área da música uma famosa banda da altura, Supertramp, tinha lançado um álbum “Crisis? What (que) Crisis?”, titulo que parece nunca sair de moda. Também os Pink Floyd ou Sting entre outros, já entrando por outras décadas insistiram no alerta sobre a destruição da Terra, principalmente no que concerne ao perigo de uma terceira guerra mundial. No nosso idioma, o Roberto Carlos chamou-nos a atenção com um comovente tema sobre a caça às baleias. Os japoneses só pararão quando as exterminarem de vez.
Este planeta lá vai resistindo, (os seus habitantes é que não se sabe até quando), aos maiores e vis atentados: experiências nucleares, florestas destruídas, poluição de gases cada vez maior e derrames de petróleo. Este último nas costas dos EUA parece não ter fim à vista, já começando a dirigir-se para a Florida contaminando o Atlântico. Com a ganância do lucro fazem-se furos a centena de metros de profundidade sem sequer estar equacionado e testado um processo para selar estes poços em caso de catástrofe, desprezando-se as nefastas consequências ambientais para as futuras gerações.
A constatação da referida fragilidade do nosso planeta poderia ter servido para sensibilizar os poderosos na defesa da Terra, deixando-se de despender milhões na construção e manutenção da Estação Espacial Internacional que outra coisa não tem feito do que andar a levar lixo para o espaço. De certeza que de há quarenta anos para cá, um melhor aproveitamento de todos esses recursos poderiam ter dado um forte incremento ao desenvolvimento das energias renováveis não poluentes, estando estas presentemente com outra evolução. Acredito que entre outros enormes melhoramentos seria normal, por exemplo, estarmos por esta altura a assistir a GP de Formula 1 ou a GP de Motociclismo cujas máquinas estariam a ser impulsionadas por motores eléctricos de alta eficácia e até a poluição da Terra mais controlada, assim como as guerras e então depois sim, pensar na conquista espacial.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Um Domingo cheio de emoções fortes

O espectacular comportamento de Frederico Gil na final de ténis do Estoril Open, foi completamente abafado pelo Benfica na prevista conquista do Campeonato Nacional de Futebol.
O espanhol Montagnes, já vencedor deste torneio de ténis no ano passado e agora após eliminar o primeiríssimo Roger Federer, ameaçou no segundo set de forma displicente e sobranceira, o português com dois match point que este soube rechaçar com o apoio irreverente do público. Os espectadores a partir daí entraram numa tal excitação, que pareciam evocar a Padeira de Aljubarrota acabando por valorizar a vitória do espanhol no terceiro set tendo este que lutar contra tudo e todos, mas aprendeu a lição de não deixar de ser humilde. É pena Frederico Gil não ter uma compleição física mais vocacionada para o ténis, isto é ser um pouco mais alto e esguio, porque com certeza outros triunfos alcançaria aproveitando o seu alto poder de concentração e postura calma, invejáveis a qualquer campeão.
Campeão foi mais uma vez o Benfica, que também teve a sua vitória valorizada pelo excelente comportamento do Braga e até mesmo o Rio Ave contribuiu para dar uma pitada de emoção no final da competição. O forte investimento do Benfica (não se percebendo bem de onde veio tanto dinheiro, mesmo havendo jogadores que o Porto surripiou numa tentativa de enfraquecer o clube ) foi bem trabalhado por todos os dirigentes e elenco técnico. De notar o trabalho de Jesus em conseguir fixar o guarda-redes, curiosamente não sendo para o Quim a época em que brilhasse com grandes defesas e também soube gerir a condição física do Aimar e Carlos Martins, interligando-os bem com Di Maria e Cardozo, este vencedor da Bola de Prata, troféu do melhor marcador. Influente também foi a acção de David Luís, que superou bem a lesão da época passada e após fazer uns auto-golos comprometedores passou a acertar na baliza certa. Foi-se impondo este novo treinador, também com a ajuda da atitude acertada do Rui Costa em se deixar de protagonismos e terminou sem conflitos com o mito Mantorras, que na prática apenas andava a servir para o histerismo dos adeptos africanos e ao mesmo tempo a manter no Clube a tradição ultramarina.
Como ultimamente tem sido hábito há a lamentar os excessos com vandalismo à mistura, que tiveram o expoente máximo em Braga reflectindo um mau perder já demonstrado nas palavras de Domingos. Nestes dias desatou a fazer uma retrospectiva de jogos anteriores arriscando-se a ir tão atrás no tempo de modo a nos perguntarmos se ele próprio não beneficiou de uma estrutura deixada por Jesus. Independentemente da vertente desportista andam por aí muitos jovens sem trabalho no corpo, estando folgados para andarem a causar distúrbios e quer se queira quer não os métodos policiais têm que ser aumentados e tecnicamente especializados. Aquelas imagens daquele vândalo em fúria a destruir património e mandá-lo para a água, têm de servir como exemplo para uma punição severa sendo a forma de demonstrar que a liberdade não pode ser confundida com libertinagem.

terça-feira, 20 de abril de 2010

PEC - Plano para Exploração dos Coitados

Quando damos conta dos dividendos pagos aos accionistas da EDP e em especial ao Sr. Mexia, percebemos bem o porquê de termos que pagar a electricidade mais cara da Europa. O mesmo se passa com os lucros obtidos pela Galp ou PT à custa do Zé Pagante para encher os bolsos desses vampiros sedentos de milhões, que nem a crise mundial os faz ganhar o mínimo de vergonha, para se conterem na sua avidez afim de acompanharem o sacrifício da restante população no combate ao despesismo, tal como o faz a Irlanda.
Há comportamentos, discursos e acções reivindicativas como se não estivéssemos a atravessar esta tormenta, dando a sensação de estarmos a ouvir e ver cassetes gravadas em anos passados. Até mesmo as lides tauromáquicas se repetem, só que em vez de ser um ministro a fazer um gesto de cornos para um deputado, é um deputado a apodar o 1.º ministro de manso. Por acaso neste semi-circulo que mais parece uma arena, seria um bom sitio para o PEC começar a agir acabando com aquela tourada e reduzir para metade o número de deputados.
Uma boa proposta por onde poderia começar o novo líder do PSD em vez de se preocupar na urgência em querer alterar a Constituição para aniquilar o que de Social ela ainda contem, poderia isso sim, de querer a sua alteração para reduzir os lugares lá existentes. Mas não será Pedro Passos Coelho um líder conciliador à imagem de António Guterres ou Jorge Sampaio que terá tal frontalidade e mesmo até para enfrentar o cinismo e o vale tudo daquele baixo Parlamento, vai-lhe ser penoso.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Os principais culpados, ignorados pelos terroristas

Por estes dias fez sete anos, que na Cimeira dos Açores foi decidida a invasão do Iraque. O programa Contra Informação assinalou a efeméride com o seu habitual humor crítico, através do qual realça que o então anfitrião que andou a servir cafés, é o mesmo que agora tem maior protagonismo político como presidente da Comissão Europeia.
É estranho os terroristas não exerceram o seu poder de vingança, sobre estas figuras sinistras que se deram ao luxo de ordenar a destruição de um país por causa da ganância do petróleo, até porque foi fácil atirar com um par de sapatos à cabeça do Bush. Daqui se deduz, serem precisamente estas vis personagens que interessam ser poupadas pelos terroristas, assim como aos magnatas do armamento e por outro lado aqueles que tenham ideias pacifistas e de conciliação, são os empecilhos às máquinas de guerra que eles tudo fazem para massacrar e abater.
Nos tempos que correm um conflito nuclear também é de certa forma travado por estes senhores da guerra que sabem que os seus tenebrosos e chorudos negócios seriam prejudicados ao perderem o filão, só que na sua infinita sofreguidão, nem se dão conta que qualquer dia aparece alguém ainda com menos escrúpulos do que eles e sobre o qual ninguém tem qualquer controlo… BUM!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A crise mascarada

Não, não era a RTP Memória. O que eu estava mesmo a ver, era o Paulo Rangel a discursar como se fosse o salvador da pátria iniciando um discurso por portuguesas e portugueses. A falta de percepção na escolha do tempo ideal para tal anúncio o qual acontece em conturbada discussão do Orçamento de Estado é uma posição irresponsável de um pretenso futuro estadista, o tal que foi fazer para Bruxelas queixinhas de falta de liberdade em Portugal como se isto aqui fosse a Venezuela ou Angola. Parecia ele que se estava a candidatar a presidente de qualquer clube de futebol, prestes a descer de divisão.
O PSD parece ter em Passos Coelho o homem certo com perfil de estadista e conhecedor da necessidade conciliadora que Portugal precisa, mas enquanto Jardim não abandonar a vida política será impossível um candidato de categoria liderar o PSD. É muito difícil este país se endireitar com tal Conselheiro de Estado, mesmo que Dias Loureiro tenha saído à força depois de todas suspeições de falcatruas no BPN, ainda por lá anda um tal de António Capucho que está na Câmara de Cascais para desagrado de muitos e vem irresponsavelmente proclamar que o Governo se deve demitir, tal como fez Guterres a quem todos os nomes se chamou, só faltou cobarde. Se assim fosse que se iria passar? Onde está outro perfil na Oposição para tomar conta desta nau que navega num mar mundial de tormenta.
O Sócrates coitado, foi acreditar no que Manuela Ferreira Leite dizia sobre a Madeira, que é um exemplo de democracia sem deficit democrático e então pôs-se a imitar o que Alberto João faz e desatou com ideias de pôr mordaça em tudo que é contrário aos seus ideais, veja-se o resultado. Vá lá que da Manuela Moura Guedes tratou o Marinho Pinto, chamando-lhe tudo e mais alguma coisa que até dava pena de ver. Quanto ao marido todos percebemos que é um excelente profissional, a quem só falta aprender como mandar em casa senão nunca se passaria o que veio a acontecer: a caça ao homem. Do Mário Crespo como não anda pelos canais generalistas, não conheço a isenção dos seus pontos de vista, mas se pelo contrário são sectários não perco nada.
O humorista, ou o publicitário Ricardo Araújo, de certeza que se esqueceu dos tempos da AD no poder, porque nessa altura programas como Esmiuçar os Sufrágios não tinham qualquer hipótese. Está-se mesmo a ver o Cavaco Silva metido naquelas brincadeiras, aliás o Ramalho Eanes deu-lhe um cheirinho do que seria.
Aos portugueses resta esperar que este Carnaval não continue por muito mais tempo, onde uma protagonista de estola em pele, tal artista de cinema faz atropelos à Justiça arrasando as tiragens dos outros jornais concorrentes, inclusive o Correio da Manhã. Será curioso saber quem neste jogo sujo anda a encher os bolsos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Entregues aos bichos

No nosso cantinho à beira mar plantado, a crise económica combate-se criando uma crise política. Nem na Itália com todos os escândalos à volta de Berlusconi, esta diversão acontece e nos meios financeiros, junto com a França e a Alemanha este país parece querer sair do fosso onde o mundo caiu pela desastrosa especulação imobiliária e não só.
Todos os analistas são unânimes ao afirmarem, que na Justiça reside o maior flagelo do nosso país, cuja reforma que este e o anterior Governo pretenderam fazer, só tudo piorou. Nada se respeita. Há uma sensação de impunidade que parece ter em Vale de Azevedo a única excepção como que para servir de exemplo de um bom funcionamento, que é falso. Tanto de falso como ridículo, se pensarmos naquela cena em que houve uma ordem do Tribunal para sair da prisão e mal teve o pé cá fora, houve outra contra ordem para ser engavetado. Não ponho em causa a sua merecida condenação pelas patifarias que praticou, mas então e os outros?
Depois temos os media no meio de tudo isto com uma única intenção de não olhar a meios para atingir o fim de vender reportagens. Oh, como a bagunça da Justiça e o atropelo do seu segredo está às mil maravilhas para eles, os quais o que deveriam fazer era de prestar um bom serviço ao povo, em apontar baterias na perseguição daqueles casos já denunciados e que tendem a cair propositadamente no esquecimento. Ainda há pouco tempo um dos canais mostrou a boa vida de um dos responsáveis do afundamento da Universidade Independente, que vive à custa dos outros a viajar por tudo o que é lado, atrás de torneios de póquer. Tanto propagandearam os media que no nosso cérebro fica o local onde o Sócrates se formou como engenheiro, através de exames que parecem pouco transparentes, mas sobre o processo da condenação desses administradores que tantos alunos prejudicaram nada, é o bloqueio total. Ah, então se nos pomos a recuar no tempo: viagens para médicos a coberto de congressos e oferta de electrodomésticos sem se perceber como; contrapartidas da aquisição dos submarinos que ninguém responde por elas; facturas falsas a envolver Empresas conceituadas no mercado; abate de sobreiros e outros atentados à natureza de toda a espécie para a construção de campos de golfe; escândalos de pedofilia que não têm fim à vista, acabando as imagens do Tribunal se diferenciarem pelo aparecimento de cabelos brancos; banqueiros a defraudarem clientes, só no caso da D. Branca a banqueira do povo é que foi condenada em três tempos, agora Oliveira e Costa e companhia é para entrar nas calendas; autarcas que no auge da sua actividade corrupta fogem do país e ainda se dão ao luxo de concorrerem novamente nos respectivos círculos eleitorais; e no desporto falcatruas a entrarem pela vista a dentro e despromovem-se os mais fracos para nos mandarem com poeira para os olhos.
É nojento! O que não deixa de ser uma razão para os jornalistas não mexerem mais nisto. A simples referência a esta podridão e a impunidade subjacente, causa de imediato a mudança de canal, assim como o virar de uma página. E então ao nos lembrarmos do dinheiro do contribuinte desperdiçado em todas estas investigações, é vómito pela certa.
O caso Face Oculta vai ser outro tal, que agora derivou para a estafada conversa sobre o controlo da comunicação social, como se não fosse o que todos fazem quando estão no poder, só que anteriormente não havia a moda das escutas.
Enfim, a política neste país é água estagnada, podre. Partidos de esquerda a concordarem numa altura destas de contenção orçamental, que se dê mais dinheiro para Alberto João Jardim, o tal que não descansa enquanto não fizer uma lei para os tornar equiparados aos partidos extremistas de direita. O que ele vai gozar com isto tudo quando se mascarar e dançar no Carnaval. Curiosamente, agora surge-nos um Presidente da Republica num tom calmo e apaziguador em comparação com a agressividade mal disfarçada que fez ao PS aquando das últimas eleições. Não é que daqui a uns meses, é capaz de vir desse lado uma boa fatia de votos? E depois o PSD também não há maneira de arranjar um candidato como deve ser. Deve ser em 2011 e então o Cavaco já pode fazer o que fez Sampaio a Santana e outro galo cantará.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Haiti, outro pedaço de terra amaldiçoado

Tal como as imagens de guerra e terrorismo, também estas que as televisões se habituaram a mostrar do terramoto no Haiti, onde passados quinze dias ainda uma jovem foi salva dos escombros o que nos leva a reflectir em quantos milhares foram assim condenados a uma morte lenta, entalados em buracos com toneladas de entulho em cima. Nos tempos da elaboração das Escrituras e profetas em que a Bíblia ainda estivesse a ser escrita, de certeza que seriam incluídas páginas a justificar este cataclismo como um castigo Divino para terminar com a iniquidade e os impuros. Só que agora numa altura em que o homem já foi à Lua e passeia-se pelo espaço, apenas o ser humano que tenha a mentalidade mais tacanha é que não percebe que nenhum inocente, por estar num determinado local à hora errada merece um castigo assim.
Haiti é um país que ainda consegue ser mais pobre do que a vizinha República Dominicana o que nos deixa a pensar, que atendendo a que tanto para um como para outro a maior fonte de receita é o turismo e aquelas praias paradisíacas que mesmo assim no meio deste cataclismo continuaram a receber os cruzeiros e a servir os turistas, são os haitianos vitimas de uma governação déspota e gananciosa, onde para servir o interesse de uma minoria toda a floresta foi arrasada levando aos caos e à infertilidade. Muitas décadas de uma política séria vão ser necessárias para reconstruir este país e grande limpeza vai ter que haver, pois até mesmo agora com a ajuda humanitária há medicamentos oferecidos que se vendem no mercado negro. Ai dos fracos e sem posses!
http://www.unicef.pt (Donativo esporádico com benefício fiscal)