Não se sabe até quando as classes mais desfavorecidas se vão vergando
perante a delapidação dos seus direitos adquiridos e até mesmo o seu património
ganho durante uma vida de trabalho é ameaçado pela penhora devido à impossibilidade
(entretanto com sistemática perca de rendimentos), fazer face ao aumento brutal do IMI. Que
fará o Estado com estes bens penhorados? Simples, mete-os em leilão para a sua
clientela com as suas chorudas contas bancárias, açambarcá-los por um valor
irrisório.
Com o nosso património de séculos fazem eles o mesmo. Aquele que melhor
lhes serve e está bem localizado, propositadamente é deixado ao abandono para
depois o agarrarem para dele explorarem pousadas. Felizmente há certo poder
autárquico que para o bem de todos, independentemente da cor política, faz o
que pode para perseverar o legado que nos foi deixado, apostando no
turismo/hotelaria e dinamizando a cultura. Curiosamente em dois concelhos
vizinhos dei conta de dois castelos com sortes diferentes. O de Castro Marim praticamente
ao abandono e que infelizmente lentamente se vai degradando, vendo-se que na
altura própria não houve uma aposta corajosa de recuperação, optando-se por
umas feiras medievais. O de Alcoutim onde se encontra uma obra séria de
recuperação que dá gosto visitar e revisitar, parabéns.
A perseguição ao património cultural que é mais acessível a todos e
provocar a sua extinção, não deixa o cérebro maquiavélico dos mais poderosos. A
Feira Popular em Lisboa foi só o exemplo mais evidente, agora temos o apagão da
TV que muitas populações sofreram, constituída principalmente por idosos. É a
varejeira em cima da trampa na qual estes governantes têm metido o pobre e não
se contentando com esta velhacaria, que só veio beneficiar os operadores de
telecomunicações, tudo leva a crer que ainda vão tirar o futebol da Liga em
canal aberto, para mais encherem os bolsos dessas sanguessugas. Se fosse como
antigamente, quando era raro a RTP transmitir algum encontro e os amantes desta
modalidade tinham que ir ao campo do clube da terra ou terras vizinhas para ver
um jogo, enchendo desta forma os recintos e ao mesmo tempo impulsionar o
desporto, comércio e o convívio, esta interdição até era bem vista. Só que o panorama
televisivo é diferente e o oposto irá acontecer e estes clubes sem recursos
ainda pior vão ficar, porque a despesa que os adeptos fariam com dois jogos ou
mesmo com a cota de sócio será desviada para ajudar a pagar a um desses
operadores para disponibilizarem os jogos da Liga e assim ficam em casa, acabando
os campos dos clubes de menor dimensão (e não só) encherem-se de moscas.