terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quando a Crise dava pelo nome de Custo de vida

Terminado o episódio desta semana com uma das conversas em família de Marcelo Caetano, último primeiro ministro do anterior regime, na altura mais designado por Presidente do Concelho, fiquei a saber quem foi realmente o pai da crise, o tal monstro aqui chamado pelo nome que realmente deve ser chamado: custo de vida.
Não é o Cavaco Silva como alguns andam por aí a apregoar mas sim Marcelo Caetano, pelo menos ao ouvir a tal “conversa” com que no final do episódio a referida série nos brindou e na qual este governante falava do custo de vida e como este já era alvo de chacota no teatro de Revista à Portuguesa e constituindo grande preocupação dos governantes só faltando falar do deficit, palavra na altura ainda fora de moda.
Curiosa esta lenga-lenga de sempre, destinada à classe média não tão pobre como agora, pois repare-se foi com Marcelo Caetano que os funcionários públicos passaram a receber o décimo terceiro mês e isto em pleno esforço de guerra nas províncias ultramarinas. É impressionante que desde aí a decadência e a lenta perca de independência se vem instalando neste rectângulo à beira mar plantado, decadência esta disfarçada com a evolução tecnológica: telemóveis aos montes alguns passam a tê-los mal saem do berço; plasmas por todo o lado com televisão por cabo e jogos; superfícies comerciais a espalharem-se como cogumelos, ficando qualquer dia abertas pela madrugada* fora; em certas famílias mais que um automóvel por habitação; bancos com lucros fabulosos e grandes grupos económicos a distribuírem dividendos ao mesmo tempo que fogem aos impostos de forma escandalosa.
Na linha alguma vez este país terá que ser metido e pelos vistos só cairá na real quando o Euro se desmoronar e todos, mas mesmo todos ficarem cientes do que quer dizer “tanga” ou “calças na mão”, restando o desenvolvimento sério do que é nosso, a agricultura, pescas, património turístico e indústria sendo esta última a mais difícil devido à destruição que sofreu, basta ver o que foi feito à Siderurgia Nacional e não só.
* Curiosa uma imagem da actriz Margarida Marinho na TVI, toda lampeira a abrir uma porta de uma loja famosa nos EUA e ter batido com o nariz na dita, ficando toda abespinhada por isso. Pensava ela que estava em Portugal onde os horários não respeitam minimamente as famílias de quem lá trabalha.