sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A promiscuidade do costume

Ao longo dos anos quantos mais crimes são perpetuados pelos denominados colarinho branco e que vão ficando impunes, cada vez é maior o requinte e a notoriedade da roubalheira. O desfalque dos setecentos milhões de euros no caso do BPN e mais o que ainda está para vir, é o recente exemplo disto. Onde está a diferença para a Dona Branca dos pobres ou do Pedro Caldeira dos ricos? Este é um caso muito mais grave com milhões a seguir para o Brasil sendo já desde Fevereiro denunciada esta situação por um auditor, que ao que consta ainda foi despedido.
Perante toda esta impunidade, até o Procurador Geral Pinto Monteiro já chegou ao ponto de gozar com isto tudo, quando ao darem-lhe a informação do dia e mês do julgamento dos pedófilos da Casa Pia, ele pergunta de qual ano?
E o contribuinte comum a assistir ao vilipendiar do dinheiro dos seus impostos, sem nada poder fazer.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Mamma Mia!


Meryl Streep deslumbrante, surpreendente. Que outra faceta nos poderá reservar, trapezista voadora?...
Uma desconhecida que surgiu na TV na série Holocausto, sobre a perseguição aos Judeus pelos nazis. Nunca mais parou, e deixo aqui ao acaso títulos de filmes por ela interpretados, na maioria dramas: A Escolha de Sofia (em que ganhou um Oscar e entre muitas cenas dramáticas protagoniza uma mãe polonesa a quem lhe é dada a escolher entre levar um de dois filhos pequeninos com ela para um campo de concentração e o outro que ao não ser escolhido, segue para outro local de barbaridade, a morte), A Amante do Tenente Francês, Kramer vs Kramer, África Minha, As Pontes de Madison County, O Diabo Veste Prada.
Muitos actores e até mesmo os mais consagrados perante uma representação destas, devem ter ficado abismados e provavelmente também desejassem ter um papel destes, para que o seu palmarés ficasse definitivamente consolidado. Todavia, nem todos conseguem ter uma boa voz, o que na minha opinião acho que a Meryl Streep possui, e que junta a isso a força de expressão que lhe é reconhecida, sendo a interpretação da canção The Winner Takes It All o expoente máximo disso.
Para quem aprecia as músicas dos Abba, poder assistir ao desfile de todas as canções em que o conteúdo das letras é criteriosamente inserido nas várias fases do filme, é algo de sublime. Pena é que os protagonistas dos papéis masculinos, não tenham qualquer dom vocal. Julgo que aqui, com o leque existente de muitos actores cinquentões, não seria difícil encontrar melhores vozes para a atribuição dos papéis, o que só beneficiaria o filme. Concerteza que todos eles, teriam imenso gozo em interpretar estas personagens tal como é notório ter acontecido com os escolhidos, pois ao terminar é visível uma cumplicidade de brincadeira, em que o encore final é o exemplo disso.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vença o Bem!

Barack Obama ganhou. A maior parte dos mortais o desejava à excepção dos mais conservadores, claro. Não se entenda aqui conservadores como velhos, pois apesar de na maioria o serem, também há muita gente nova que está acomodada e não quer que nada mude, estando alguns até desejosos de se fazerem heróis na guerra.
A pergunta que nos atravessa a mente, é o porquê de só agora? Onde estava este senador numa altura em que talvez tivesse evitado o segundo mandato do Bush? Mas enfim, mais vale tarde do que nunca, restando-nos agora esperar pelo que vem em nosso beneficio, pois estamos desejosos que estes polícias (EUA) do mundo, quiçá universo, deixem de ser corruptos e que com este chefe nunca se passe a mesma farsa como a das pseudo armas de destruição massiva possuídas pelo Iraque, para justificar a invasão de qualquer país, aplicando-se depois a frase macabra danos colaterais, disfarçada de termo pomposo e tratado de animo leve, como se fosse possível que a morte ou estropiação de inocentes também não seja outra forma de terrorismo.
Vai ser uma tarefa gigantesca contra os senhores da guerra, que ganham milhões com a morte e miséria dos outros e que vão fazer todos os possíveis e impossíveis para mudar a opinião pública, de forma a que esta passe a desejar um déspota para apoiar a máquina infernal de guerra. A luta é eterna, o Bem contra o Mal.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um objecto, apenas.

O Bozinho foi a abater.
Foi dignamente pelo seu próprio pé, ainda bem calçado, para cima do reboque, deixando no estacionamento onde esteve vários dias parado, uns pingos de óleo resultantes da velhice.
Fiquei a olhar para o Uno com certa pena e nostalgia, pois durante quinze anos apesar de apenas percorrer 100.000 Kms, muitos episódios se passaram na sua companhia. Ocasionalmente as fotos hão-de nos trazer muitas recordações, mas fica na memória como ele foi conduzido pelos menos inexperientes da família, com o qual ganharam prática. Ou como se portou em camioneta de carga, para transportar a Montargil mobílias e electrodomésticos por nós usados e continuarmos a usar.
Agora foi para o Barreiro onde os plásticos, óleos e gasolina são retirados. Daí, como sai mais caro ser derretido nos altos fornos da nossa siderurgia, segue amachucado junto com outros para Espanha.
Sempre Espanha. Andámos há séculos atrás, a pedir ajuda aos ingleses para expulsar os espanhóis e eis que além da pata inglesa em cima de nós (contra os bretões marchar, marchar), levámos também com a dos americanos que fazem da ilha Terceira, e não só, o que querem e o que lhes apetece, acabando ironicamente o ciclo por se fechar com a superioridade dos vizinhos que não podemos deixar de ter.