segunda-feira, 19 de maio de 2014

Descobrimentos, um fartar da vilanagem

Ao ouvir no programa Viva a Música da Antena1 o ex-colega Fernando Pereira, acompanhado de dois músicos da Real Companhia, a cantar um poema de José Mário Branco a Ronda do Soldadinho, deixou-me a pensar porque em pleno século XXI ainda se mantém a mentira sobre a epopeia dos descobrimentos e que há poucas semanas foi evocada numa fantochada do governo numa qualquer inauguração de uma mais valia turística. Aliás, uma mentira encoberta pela maior parte dos países ocidentais que também foram colonizadores. Curioso este poema, que no antigo regime fascista em plena guerra colonial, só podia ser cantado à porta fechada num circulo restrito de amigos. Pois é, assim rezam algumas estrofes: “...Os senhores da guerra Não matam Mandam matar Os senhores da guerra Não morrem Mandam morrer; A guerra é p'ra quem Nunca aprendeu A semear É p'ra quem só quer Mandar matar Para roubar”. É isso mesmo, sob a capa da evangelização roubar e escravizar é o que os poderosos mandaram fazer e ainda mandam, dando que pensar que este país foi o mais relutante em largar as colónias e agora é aquele que mais explora o povo com impostos, onde os ricos estão mais ricos e os pobres são cada vez mais. Outras civilizações que em outras partes do globo viviam em paz foram exterminadas, roubadas e até apanharam como herança (principalmente as mulheres) as doenças do mundo dito civilizado.
Imaginemos só: se por acaso a lua fosse habitada por povos que vivessem em paz e fosse rica em metais preciosos dos quais geneticamente deles necessitassem para sobreviver, de certeza que mesmo com o habitat desfavorável ao homem, este em nome sabe-se lá de que causa, haveria de tudo fazer para lá deixar a destruição e ruína com o fim de sacar esses tesouros para ainda ficarem mais donos do mundo.

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