sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Equilíbrio, sempre tão difícil de manter

Nos Contemporâneos, o boneco o Chato caricatura um deficiente motor, que até por norma são pessoas inteligentes e ponderadas. De todas elas, esta deficiência pertence à classe daquelas mais cruéis, em que o ser humano tem a perfeita noção e o entristece a má impressão que causa a quem o vê, e por vezes as gargalhadas involuntárias que provoca com os seus gestos descontrolados.
Todavia, está provado em diversos estudos, que não é a brincar com a sua incapacidade que o deficiente fica ofendido. Pelo contrário, como qualquer pessoa que se julga normal, ele acha graça a essa frontalidade, mas o que detesta é por exemplo, o caso em que uma pessoa que seja coxa e lhe pedem desculpa quando alguém à sua frente disse naturalmente em conversa fluida a frase “Mais depressa se apanha um coxo do que um mentiroso”.

Agora a brincadeira em que se envolva o Chato e que não tenha o mínimo de bom senso, é deveras de muito mau gosto e perigoso. Muitos milhões de cristãos neste país haveriam de achar muito boa ideia a da Manuela Ferreira Leite, de seis meses sem democracia se assim se evitasse esta afronta aos seus costumes, assim como a de alguma paróquia a ganhar dinheiro pelo aluguer do espaço que ajudou à veracidade da cena.
Não professo qualquer religião mas consegui interiorizar que foi de um total desrespeito para quem é religioso, apesar de achar o texto em redor de um padre num confessionário deveras rico em piadas e bem interpretado, até de muitos furos acima daquele texto que há poucas semanas o Gato Fedorento construiu também envolvendo a Igreja e que tanta polémica causou.

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