sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Esquerda unida, uma utopia

O órgão do corpo humano a que chamamos cérebro, pelo instinto que tem na maior parte dos seres humanos, em agarrar ou pontapear as coisas com um dos lados, se convencionou ser esse o lado direito ou o correto.
Daí, por norma tudo o que designamos por bom ou que tenha primazia, está conotado com a direita. Há exemplos disso: uma rapariga ou rapaz às direitas; a honra de alguém que se senta à direita; a melhor margem e mais importante dos rios da nascente para poente, é a direita.
As margens esquerda são então povoadas por uma população descontente ou mesmo banida, que se pretende opor ao domínio a que está sujeita, pelos poderosos estabelecidos da direita. É natural que pela esquerda nasçam as revoluções, as inovações, enfim as mudanças, por ser contra o marasmo do poder estabelecido. Esta é uma das fortes razões pela qual a esquerda raramente é unida, porque há sempre quem esteja descontente e em revolta na busca de uma igualdade nos seres humanos que nunca acontecerá. Não é em vão que se costuma dizer que somos todos iguais, mas há uns mais iguais que outros.
Por vezes dou comigo a pensar porque sou de esquerda e as mais elementares formas de estar e pensar a vida, assim me denunciam e julgo que não é pelo fato de ser canhoto. Muita gente muda o seu lado ideológico e até mesmo de religião, mas perante este descalabro esquerdista que começou pela falta de um candidato forte permitindo a reeleição de Cavaco Silva, eu não reajo, seguindo da mesma maneira como se de um clube de futebol tratasse. Está no meu sangue e a mudança só poderia ser uma atitude falsa para comigo e para com os outros.

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