terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Velhice, um mal necessário

Todos os seres vivos, ou quase todos, estão condenados a atravessar um período de velhice até morrerem. É um final de vida caracterizado por uma perca progressiva de faculdades, que leva a certa altura os humanos a fazer comparações do seu aspecto actual com o de outras imagens, em que aparecem mais novos e nas quais as diferenças de dez anos apresentam sinais de decadência: cabelo a desaparecer, já para não falar de alguns dentes, além do aparecimento de gordura supérflua e também de se desenharem no rosto umas rugas, que até por vezes causam dificuldade em serem reconhecidos por outras pessoas que não vêem há alguns anos.
Somos levados a pensar, que não seria pedir muito que a partir dos sessenta anos o nosso corpo à excepção dos órgão internos, ficasse sempre na mesma até morrermos. Enfim, saberíamos que o resto da vida que nos estava destinado, até que os órgãos essenciais assim o permitissem, seria sempre gozado com a mesma qualidade: sem cataratas a dar cabo da nossa vista, tímpanos a definirem bem qualquer som , dentes sem apodrecerem, pele no limite do envelhecimento e ossos fortes.
No entanto é a procriação e o instinto animal para tal, que nos condena e faz com que transmitamos para outros parceiros os sinais de senilidade. Com oitenta anos por exemplo e ter um aspecto de sessenta, caía-se no risco de causar uma atracão a uma faixa etária mais nova (o que por vezes já acontece a quem procura velhos ou velhas com dinheiro), resultando daí um desvio anormal de acasalamentos, pondo em causa a sobrevivência da espécie. É fácil perceber se pensarmos numa flor e se ela não entrasse no processo de velhice, isto é se não murchasse e ficasse sempre viçosa até morrer. Muitos insectos, por exemplo as abelhas, seriam enganados ao desperdiçarem esforços à procura do pólen que já não existia criando por via disso um ciclo estéril, nada benéfico para o equilíbrio deste frágil planeta. Também temos seres que após atingirem o clímax ao contribuírem para a perpetuação da sua espécie, vão ao extremo de morrerem ou serem mortos resumindo desta forma a razão do seu aparecimento na terra.
A nós resta-nos desfrutar o lado bom da vida tal como ela é, mas infelizmente nem só velhos são os trapos por mais que nos queiramos enganar.

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