A "lebre" |
O "gato" |
Não deixa de ser curioso o caso de Almada ter sido
escolhida para levar com o cimento do monumento ao Cristo Rei, que seria o
maior mamarracho sobre Lisboa não fosse o feliz acaso de os pilares de uma das
mais bonitas pontes do mundo ter suavizado tamanha aberração, acabando por
enquadrar o santuário numa feliz paisagem.
Agora nos nossos dias à pala do metro (MTS), é vendido
gato por lebre e temos feito num parque de latas o que seria um aprazível
centro, fazendo lembrar o que fizeram outrora à praça do Comércio em Lisboa. As
viaturas estão por todo o lado como cogumelos, até mesmo encostadas a bancos de
jardim, ficando a praça do MFA mais as ruas Fernão Lopes e Luís de Queiroz horríveis, como
sendo um parque de automóveis onde os peões não sabem por onde andar em segurança.
Não deixa de ser lamentável os milhões de euros gastos em quatro novos parques
de estacionamento, para ninguém ter necessidade de os usar, já que levam o
carro para onde lhes apetece. Aliás, o desperdício com que a câmara trata os
dinheiros públicos evocando a regulação do trânsito é por demais evidente. O
dinheiro não sai do bolso destes responsáveis, sendo as trocas e destrocas dos
sentidos de trânsito a consequência de quem não sabe o que anda a fazer. A juntar a isto, ainda
temos as presumíveis fontes de uma pedra negra feia, que mais parecem fossos de
porcaria, pois a água quase sempre está fechada. Recordando a beleza que era a
nossa fonte luminosa e como a praça Gil Vicente agora ficou, dando lugar ao
mesmo tipo de “fossos”, é de uma tristeza confrangedora.
Estar
de bem com Almada é fugir do seu centro, que deveria ser bonito, a parte nobre,
o cartão de visita da cidade e ir para as partes velhas recuperadas, como
Almada antiga e Cacilhas. Quem vem de passagem o melhor que tem a fazer, é mais
uns quilómetros e dirigir-se a Setúbal, onde todo centro é aprazível com bom
gosto, curiosamente o resultado do investimento de uma câmara também CDU.
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