sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Europa a caminho da desunião


Quando eu em julho de 2008 aqui escrevi sobre o desenfreado aumento do desemprego, estava longe de imaginar até tão baixo podia descer a qualidade de vida do povo trabalhador que até quatro feriados lhe tiraram e pior ainda, a do ex-trabalhador que foi empurrado para o desemprego.
Quando se fala da falência da segurança social, para qualquer comum dos mortais é fácil perceber que têm sido as gerações mais novas, que com parte dos descontos sobre a receita dos seus proveitos, vão amparando os mais velhos e por sua vez quando chegarem à velhice, os jovens seguintes descontaram para eles. É lógico, algures no tempo, quando o sistema começou nunca podia ser o contrário, o que deita por terra essa teoria de que andámos a descontar para nós próprios (quem nos socorreria se ficássemos incapacitados para prosseguir os normais descontos), senão a primeiríssima geração de velhos tinha sido deixada a morrer à fome, apesar de ser verdade que a vida desses antepassados foi sempre de grande miséria. Ainda a contribuir mais para a mingua destes recursos, o sistema é constantemente alvo de burlas que atingem milhões de euros e os seus autores quando são apanhados, nunca levam castigos exemplares.
A classe trabalhadora por todo o mundo está a ser lançada no desemprego, nuns sítios de forma mais lenta do que em outros, mas é como uma epidemia a manifestar-se por escaramuças que vão gradualmente aumentando e assim a não ser encontrada uma solução para este estado de coisas, não demorará muito a haver um protesto para um desentendimento generalizado, que começará pelo abandono dos países da união europeia, a qual de união não terá nada. Foi o que deu a globalização com a entrada de produtos mais baratos vindos de países que não respeitam ao mínimo os direitos dos homens ou crianças, conseguindo por via disso uma mão de obra mais barata, algo plenamente demonstrado por um documentário francês sobre a comparação dos métodos de trabalho de duas fábricas de peúgas, uma em França e outra na China.
No século passado havia uma guerra denominada de fria, em que as várias forças estavam controladas e sabia-se por onde podia desencadear um conflito, tendo as duas grandes potências o chamado telefone vermelho para casos de alerta serem esclarecidos entre si de forma rápida. E agora neste descontrolo de forças, quantos telefones vermelhos iram ser precisos?

Sem comentários: